As fraudes na medição de tráfego digital chegaram a um nível crítico e devem ser combatidas por agências, publishers e outras partes envolvidas na publicidade digital, disse um executivo do IAB (Interactive Adverstising Bureau) na reunião anual de lideranças no órgão, realizada no início desta semana em Palm Springs, na Califórnia. “Pegamos um produto perfeito e, devido às nossas próprias ações, o fizemos imperfeito”, disse Vivek Shah, um dos líderes do IAB e CEO da Ziff Davis, companhia de mídia digital. O executivo foi além e descreveu os problemas que envolvem o setor de publicidade digital, dizendo que as fraudes de tráfego ganharam proporções gigantes.

Shah forneceu números da comScore, segundo os quais 36% do tráfego é gerado por máquinas, e não por pessoas. “Isso é assombroso”, disse. O executivo continuou afirmando que todas as partes envolvidas na veiculação de anúncios digitais precisam tomar medidas para mudar a situação e que se o problema não for contornado, as páginas correm o risco de serem inundadas com anúncios que dividirão a atenção dos usuários e atrairão os bots de audiência.

Entre os outros assuntos abordados por Shah estavam queixas sobre os anúncios para mobile, algo discutido pelo IAB em uma carta aberta aos anunciantes. “Com os consumidores acostumados a um conteúdo adaptado para seus interesses, muitos anúncios móveis são unidimensionais”, diz o documento. A carta recomenda que os anunciantes pressionem as agências a desenvolver peças compatíveis com os formatos móveis, citando como exemplo o formato HMTL5, que considerou “o formato aberto, padrão e universal da indústria”.

Além disso, há dados sobre o universo móvel dos Estados Unidos: quase 50% dos americanos têm um celular conectado à internet e 20% dos pageviews da web são atribuídos a dispositivos móveis. “A oportunidade nunca foi tão grande”, declara o documento, assinado por empresas como Forbes, The Wall Street Journal, The New York Times e Google.