Juliana: estudo deve se estender indeterminadamenteDurante um mês, o Ibope Media analisou intensamente a relação entre as audiências de programas das cinco maiores emissoras de TV aberta no país e as comparou com o número de tweets para cada uma dessas atrações, trabalhando diretamente o conceito de Viral Index (VI), que aponta: nem sempre os programas mais populares são os que geram mais engajamento. O período de estudo é curto diante das muitas variáveis que o universo online propõe diariamente, e deve se estender indeterminadamente, segundo Juliana Sawaia, gerente de learning & insights do instituto.

O aspecto foi o mais discutido durante evento organizado pela empresa em parceria com a Qual Canal, que se dedica ao monitoramento de posts no Twitter, na manhã desta quinta-feira (11), em São Paulo. “As questões nunca terminam. Como determinar o potencial de aumento de audiência de um programa com base nos comentários que ele origina? Qual o peso real destes posts, se a audiência da TV ainda é tão alta e o número de smartphones, por exemplo, ainda é baixo no país? Como atuar de maneira mais eficaz na rede, considerando-se que a participação do internauta pode fortalecer ou prejudicar a imagem de uma empresa? Não temos respostas definitivas, mas uma coisa é certa: o número de participação do público em redes como o Twitter aumenta rápido. Se 28 mil comentários a respeito de um programa que atinge 20 milhões de pessoas parece pouco, é preciso lembrar que, em seis meses, esse total pode se quadruplicar. Este é um universo novo, portanto alvo de estudo e, também, de aprendizado. Tentar passar imune a essa movimentação é um erro”, afirmou Anderson Fér, sócio-fundador da Qual Canal.

Ferrari: ainda há muito a se entender sobre as atitudes deste novo internautaPara Flávio , também sócio da empresa, a principal conclusão, quando se analisa o comportamento do consumidor nas redes sociais, é a nítida mudança de hábitos culturais. Ele concorda com Fér ao tratar de números. “Testemunhei o surgimento da internet e os comentários alarmistas de que a TV iria acabar. A TV não apenas continua aí, como segue vendendo ano a ano nas lojas, incorporando ferramentas tecnológicas do online e criando com ele um universo único de diálogo. Enquanto discutimos isso, o próprio assunto pode tornar-se velho, mas ainda há muito a se entender sobre as atitudes deste novo internauta”.

Durante o encontro, Matt Drinkwater, diretor de vendas do Twitter no Brasil, declarou que a empresa tem se dedicado a educar e informar anunciantes, agências e demais companhias do país sobre como obter maior retorno do consumidor tendo a rede social como ferramenta de estratégia. “Para o internauta, o Twitter é a menor distância entre ele e seus interesses. Cerca de 95% das conversas sobre TV acontecem ali; 50% dos usuários acessam a rede enquanto assistem televisão. O Brasil está na lista dos países cujo público mais compartilha informações e posts na internet. Quanto mais uma empresa conhecer a respeito desse cenário, mais chances tem de se sair bem e passar por essa fase de adaptações com sucesso”, afirmou o executivo.

Este mês, o Brasil superou, pela primeira vez, a marca de 100 milhões de internautas. De acordo com o Ibope Media, o aumento da população online, agora composta por 102,3 milhões, foi de 9% ante os 94,2 milhões contabilizados no terceiro trimestre de 2012. O resultado considera crianças e adolescentes entre dois e 15 anos que acessam a web em seus domicílios e maiores de 16 anos que se conectam à rede em qualquer ambiente (casa, trabalho, escola ou lan house).