O painel “Jornal, do Papel à Multiplataforma”, apresentado nesta quinta-feira (11), no 20º Festival Mundial de Publicidade de Gramado, promovido pela Associação Latino-Americana de Publicidade (ALAP), discutiu a importância do meio e que o conteúdo e a credibilidade são mais importantes que a plataforma.

Participaram do debate o secretário da Associação Mundial de Jornais para a América Latina (WAN), Larry Kilman, o diretor editorial da Associação dos Jornais do Interior do Brasil (Adjori-BR), Fernando Bond, e a vice-presidente de Jornais e Mídias Digitais do Grupo RBS, Andiara Petterle. A mediação foi realizada pelo diretor executivo da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Ricardo Pedreira.

De acordo com o secretário Larry Kilman, os jornais estão provando seu valor para a propaganda, apesar da competição. “Os jornais estão descobrindo novos mercados e novos modelos de negócio. Transformaram-se em mídias multiplataforma”, destacou.

A receita de circulação, apesar da queda de leitores em função das novas tecnologias, segundo Larry, tem sido protegida pelo aumento de preços. Os cinco principais mercados em termos de receita são: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido e China. A América Latina, de acordo com ele, tem 9% do mercado de jornais.

O mobile cresceu 50% em cinco anos e o mercado de aplicativos pode alcançar mais de 70 bilhões de dólares globalmente até 2017. Os aplicativos de notícias, para Kilman, devem obter até 5% desse mercado até 2017, o que pode representar 3,8 bilhões de dólares.

Segundo Kilman, as novas tecnologias estão mudando hábitos e também a maneira com que as notícias são distribuídas e descobertas. “O móvel vai superar rádio, revista, jornal para se tornar a terceira maior mídia do mundo em alguns anos”, projetou. Nos Estados Unidos, 44% dos usuários de smartphones usam aplicativos relacionados a notícias.
De acordo com Fernando Bond, Brasil tem atualmente cerca de quatro mil títulos de jornais circulando para 165 milhões de brasileiros. O principal diferencial dos jornais do interior são o localismo das coberturas.

A profissão dos jornalistas também acompanha as mudanças do mercado. Para Bond, os profissionais da imprensa estão se desdobrando em multiplataformas, seja fazem uma pauta para diversos meios como web TV, portal ou matéria para o impresso.

Para a vice-presidente, Andiara Petterle, a importância do jornal não está na plataforma, mas sim no conteúdo. O que está mudando é a forma da distribuição da informação, mas não a credibilidade e importância do jornal. O Brasil, por exemplo, possui cerca 73 milhões de leitores de jornal impresso e 50 milhões de leitores no digital.