Ovos de chocolate estão 9,52% mais caros neste ano e são substituídos por pacotes promocionais com barras, caixas de bombons e tabletes
Como se já não bastasse a alta nos preços dos alimentos, também os ovos de chocolate estão 9,52% mais caros neste ano, segundo levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Em 2023, o aumento foi de 18,61% e, no exercício seguinte, de 10,33%, acumulando uma elevação de 43% nos últimos três anos.
Mesmo assim, a Páscoa comemorada no próximo dia 20 de abril deve movimentar R$ 5,3 bilhões, crescimento de 26,8% ante 2024, de acordo com estudo da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) encomendado ao Datafolha. Foram ouvidas cerca de duas mil pessoas de todo o país em março.
O gasto médio pode atingir R$ 146 com pagamento feito em dinheiro (43%), cartão de crédito ou débito (42%) e Pix (39%). O parcelamento com cartão de crédito ou de loja é contemplado por 45% da amostra. Sete em cada dez pessoas (67%) pretendem comprar chocolates e outros itens alusivos à data, especialmente jovens de 18 a 24 anos (79%).
Caixas de bombom (43%), barras de chocolate avulsas (42%) e chocolates artesanais (21%) lideram a preferência, segundo a pesquisa nacional ‘Celebração e consumo de Páscoa’, realizada pela empresa de insights de consumo Hibou com 1.248 pessoas entre os dias 28 e 31 de março. Para 87% dos entrevistados, os ovos de chocolate estão mais caros. Preço (69%), promoção (41%), sabor (39%) e gosto pessoal (33%) estabelecem a decisão de compra, influenciada por filhos (18%), marca (18%), brindes (14%) e temas dos ovos (12%).
Encontros presenciais em família seguem como tradição. A Hibou observa menos interferência das redes sociais. A utilização do Instagram caiu de 59% em 2024 para 45% em 2025; o Facebook atrai 16%; e o TikTok, 8%. “Estamos diante de uma Páscoa 2.0: menos ovos caros, mais bombons acessíveis. Os dados mostram um consumidor adaptado à realidade econômica, e isso é um chamado para as marcas se reinventarem”, declara em nota Lígia Mello, CSO da Hibou.
“O consumidor escolhe com o coração, mas também com o bolso. Existe um esforço para manter as tradições e o carinho por meio do presente, mesmo com orçamento enxuto”, acrescenta.
Clima e preço
Para além do tamanho do bolso, verdade é que os brasileiros terão de enfrentar preços acima da inflação. Será mais difícil fazer o coelho sair da toca. “Questões climáticas causaram queda na oferta mundial do cacau, disparando o preço nos últimos três anos”, esclarece em comunicado Guilherme Moreira, coordenador do IPC-Fipe. A cadeia produtiva interna movimenta mais de US$ 2 bilhões e sustenta cerca de 300 mil empregos, segundo informações contidas na quarta edição do ‘Jaé Fresh’, dump de insights produzido pela agência 3mais.
Leia a matéria completa na edição do propmark de 14 de abril de 2025