Sabe aquela adrenalina que te faz ficar ainda mais ligado ao trabalho e dobra a sua produtividade? Ou uma descoberta que amplia os seus horizontes? E o que você sente quando vivencia uma situação que desconecta a sua mente? A minha inspiração vem desses momentos.
Conhecer os conceitos das grandes plataformas de conteúdo, como o BuzzFeed ou a Vice, em Nova York, foi tão motivador quanto visitar o Projac, no Rio de Janeiro, e ver como se faz cada conteúdo na TV. Assistir ao show que foi o último YouTube Brandcast é tão excitante quanto ouvir as palestras de Cannes e do Facebook Summit. Conversar com as equipes do Snapchat e do Instagram sobre os novos formatos de comunicação me estimulou a buscar inovações tão instigantes quanto as ideias lançadas nos hackathons, como o que foi promovido recentemente pelo Messenger, do Facebook, com o Creative Lab. Estar com profissionais que trabalham ao meu lado, cabeças diferentes conversando sobre assuntos diversos, também é um incentivo único. Dar o próximo passo dessa maneira é inspirador.
Da rotina do dia a dia para a busca por novas perspectivas, estão dois locais que fizeram a minha imaginação correr solta. Um deles é a Singularity University, que opera em uma base da Nasa, em São Francisco (EUA). Já em Los Angeles está a produtora Magnopus, ganhadora do Oscar de Efeitos Especiais. Além disso, viagens, claro. Leitura, claro. Agora estou lendo Trópicos utópicos, do Eduardo Giannetti. Galerias de arte, claro. Novos artistas, exposições diversas. Adorei a The art of the brick, de Nathan Sawaya, na Oca. Amo cinema. Recomendo fortemente Café society, do Woody Allen.
E tem a parte importante de desconectar a mente de tudo isso aí em cima. Aqui entram algumas experiências especiais, que não estão ligadas à mente, mas sim ao coração. Jogar basquete, uma paixão desde os 10 anos, é uma delas. Hoje, disputo um torneio amador em São Paulo e participo de rachas algumas vezes na semana. Sempre que possível, assisto aos jogos pela TV ou ao vivo: de Paulista e NBB a Liga ACB, de NCAA a NBA. Vale qualquer um. Basquete é competitivo, mas traz disciplina, e eu precisava de alguma.
O esporte faz você conviver com pessoas fora do mercado, reforça o trabalho em equipe, desenvolve caráter. Esporte coletivo, geralmente, traz tudo isso.
Outra atividade que expulsa a rotina da minha mente é o mergulho. Difícil não ficar maravilhado com os belos cenários montados pela natureza, dignos de uma direção de cena incansavelmente impecável. Imagens que inspiram e emocionam.
E já que falei de coração, aqui vai a experiência mais reveladora que alguém pode ter na vida: ver os trabalhos de escola dos filhos. Os meus são pequenos, estão na educação infantil. Mas observar como eles se desenvolvem é fascinante. Brincar de boneca ou de carrinho e inventar brinquedos, como eu fazia quando pequeno, reconectam a mente ao meu coração. Já fiz espada de pirata e de cavaleiro com palito de sorvete enrolado com jornal e fita-crepe e até castelo de príncipes e princesas com caixas de papelão. Montamos ainda casa de boneca e barquinho de isopor.
Gosto também de levar os meus pequenos a exposições, parques e teatro. E adoro inventar histórias, no escurinho do quarto, antes que eles adormeçam. Sem precisar ler aventuras prontas. Tem o dia da leitura, mas prefiro mesmo o dia da imaginação, quando criamos histórias juntos. Esse é o momento em que mais exercito a minha imaginação e aproveito para deixar o recado do papai com valiosas mensagens no fim. Inspirado por eles, inspiro-me diariamente.
Guilherme Jahara é Chief Creative Officer da F.biz