As coisas boas da vida sempre me inspiraram. Sabe aquela história de dar asas à imaginação? Pois é, nas pequenas coisas podemos colocar asas e criar um mundo mágico. Viajamos na nossa imaginação e transformamos os sonhos em ideias, atitudes, livros e tudo o mais que nos move na vida.
Tem uma cidadezinha, no interior de São Paulo, que se chama Borborema. Ali passei grande parte da minha infância. Quando chegava à casa dos meus avós sempre ia correndo colher uma cenoura na horta deles. Um dia, no colégio, a professora pediu para fazermos um convite para as pessoas irem à feira de ciências. Eu, sem saber que um dia seria uma publicitária, desenhei um anúncio com uma cenoura e uma carinha linda dizendo: “tomara que alguém me puxe logo para eu ir correndo à feira de ciências”. O meu convite foi o escolhido e eu nunca esqueci essa pequena vitória. Foi a primeira vez que entendi que as coisas boas da vida servem de inspiração no processo criativo.
As cores, como detalhes simples, são entregues pra nós todos os dias em tons diferentes. Por elas eu escolho o caminho que vou fazer em minhas decorações, outra atividade que sempre pratiquei por hobby e começou a me dar muito trabalho, pois família e amigos agora me chamam para fazer a decoração de aniversários, batizados e paredes.
Pela cor, guio como será a decoração. Pense bem: muitos detalhes de nossas vidas são associados a uma mesma cor. Se juntarmos esses detalhes e essas cores, ambos podem ter uma harmonia gigante e inspirar o que queremos produzir ou transformar.
Minha mãe sempre teve muito bom gosto na decoração da casa, e a forma com que ela coloca os objetos me inspirou desde pequena. Só hoje entendo por que, às vezes sem querer, peguei seu jeito de decorar, adaptando-o ao meu estilo. Ela também sempre foi artista e sempre a vi pintar em casa. Então a arte se faz presente hoje em todos os cantos da minha vida e num destes cantos encontrei um artista para casar.
Como nasci no interior, também era mais fácil conviver com animais de pequeno porte, como borboletas, e outros enormes, como os cavalos. Todos eles entraram com tudo na minha vida. Meu irmão chorava pelo simples fato de ver um cavalo na televisão e convenceu meu pai a comprar o seu primeiro animal, o Rambo. Eu, meu irmão e minha irmã andávamos com nossos amigos a cavalo pela cidade. Quer sensação mais gostosa e lúdica que esta? Pois foi aí que nasceu a inspiração para iniciar a minha trilogia literária, Cavalos Selvagens. Dei asas a eles e os transformei em personagens de uma história de aventuras que está cruzando fronteiras.
Coisas simples, coisas da vida, sentimentos, emoções. Meus pais me ensinaram, desde sempre, a dar valor ao que você é. Valorizar o que você tem dentro, seus princípios, sua ética, seu respeito aos outros, aos animais, à natureza. Meu pai me ensinou o quanto é importante olhar de onde você veio, ver o que você viveu e o que vive, enxergar o que as pequenas coisas ou atitudes podem te dar, ou aonde podem te levar, porque se dá para imaginar, dá para realizar. Se imaginamos é porque temos referencias, vemos crianças no seu mundo lúdico e gerador de fantasias, vemos coisas simples que a vida nos dá e, se nelas colocamos asas, nossa imaginação se transforma em uma palavra: inspiração.
Quando olhamos para trás e para os lados, se observamos atentamente, tudo pode se transformar, tudo pode nos inspirar. Só precisamos olhar.