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Não tem nada mais inspirador que crianças. Elas absorvem e repassam conhecimento de uma maneira sempre criativa. Elas são inovadoras, disruptivas e, o mais importante, não têm censura. Cada sorriso, palavra aprendida ou atitude são um estímulo para aprender com elas mais um pouco sobre o mundo. No entanto, ao longo da vida, o sistema de ensino antiquado faz o favor de destruir todo este potencial. Elas são ensinadas a pensar todas da mesma maneira em função de um currículo pasteurizado.

Felizmente estão surgindo em todo o mundo novas propostas e filosofias para flexibilizar o aprendizado, com o objetivo de preservar e potencializar o que nossas crianças têm de mais importante: sua criatividade.

Uma pesquisa do World Innovation Summit for Education, da Fundação Catar, prevê que, até 2030, os professores deverão ser muito mais tutores do que simples divulgadores do conhecimento. Até porque, um professor, nos dias de hoje, deveria ser quase que uma máquina se ele quisesse deter mais conhecimento do que seus alunos são capazes de acessar na internet. Com apenas um clique, a criança pode aprender tudo sobre a Revolução Francesa.

Mas, sem coordenação de um professor qualificado, este conhecimento pode acabar sendo difuso. O mesmo estudo prevê, de acordo com 83% dos pesquisados, que as escolas deverão ter um formato flexível para que elas possam atender à demanda dos alunos de uma forma personalizada, em vez de um currículo rígido e antiquado. E que as inovações social, tecnológica e pedagógica serão o ponto de partida para um avanço educacional dos próximos anos, além de uma predominância de competências socioemocionais envolvendo questões pessoais e interpessoais como responsabilidade e estabibilidade emocional.

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Outro senso comum entre os pesquisados nos faz lembrar de quando éramos crianças e não entendíamos por que alguém nos obrigava a aprender coisas que nós nunca usaríamos. Decorar datas históricas ou cálculos matemáticos não diz nada sobre um aluno. Até que enfim alguém entendeu isso.

A Escola Estadual Chico Anysio definiu como eixos do aprendizado dos seus alunos o convívio, autonomia, aprendizagem e trabalho. Para a escola, tão importante quanto a matemática é ensinar um aluno a conviver socialmente. Não é espetacular isso?

Imagine você poder identificar em um jovem aluno suas principais tendências e poder investir na sua formação, através de um conhecimento mais profundo sobre seus verdadeiros interesses.

A Minerva Academy, por exemplo, incentiva seus alunos a viajarem ao redor do mundo, disponibilizando dormitórios em São Francisco, Nova York, Londres e Shanghai. Assim como esta instituição, centenas de outras plataformas de ensino surgiram no mundo para oferecer conhecimento gratuito como, por exemplo, a Khan Academy, o EDX e o Coursera.

O assunto é inspirador e infinito. Mas o que realmente importa é a nossa capacidade de assimilar estas mudanças e de sermos capazes não só de inspirar as nossas crianças, mas, também, de continuar a ser inspirados por elas.

André Pedroso é diretor de criação da Momentum