Em uma pesquisa inédita no Brasil, a agência Mosaico – especialista em marketing de influência – buscou mapear dados da participação de influenciadores do movimento LGBTQIA+ no setor da criação de conteúdo e influência.
Entre os dias 4 e 22 de junho, 172 profissionais que se sentem representados pela sigla responderam questões relacionadas ao seu perfil e ao momento da abordagem de marcas para parcerias. A partir dos resultados, foi possível traçar o perfil socioeconômico desse público, além de reforçar a importância de se tratar os direitos de gênero e sexualidade durante todo o ano, não apenas durante o mês do Orgulho LGBTQIA+.
Com sede em São Paulo, a Mosaico agencia nomes como a drag queen Penelopy Jean e o apresentador Fefito. A equipe da Mosaico é majoritariamente LGBT e oriunda de diversos lugares do Brasil.
Os principais resultados foram disponibilizados nos perfis oficiais da agência no dia 28 de junho (instagram e blog) em comemoração ao Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. No que se refere às características principais mais da metade dos creators respondentes da pesquisa declaram-se brancos (60,9%), moram em São Paulo (61%), possuem entre 25 e 35 anos (68%). O Instagram é a sua principal plataforma de trabalho (76,6%), tendo sua base de seguidores concentrada entre 10 mil e 50 mil pessoas (47,7%), enquadrando-se assim, como micro influenciadores.
Mesmo existindo uma preocupação em distribuir a pesquisa uniformemente, os dados mostraram uma realidade diferente do mercado de influência de forma geral, que majoritariamente é constituído por influenciadoras mulheres. Dos 172 creators pesquisados, 61,6% são homens cis e, no espectro de representatividade da sigla (múltipla resposta), 65,1% identificam-se com a sigla G (Gay), enquanto que 15,1%, identificam-se tanto com a letra B (Bissexual) como com a Q (Queer).
Os temas abordados por esse grupo são variados, sendo os principais entretenimento (62,8%) e arte (57,6%), o que nos indica que a produção de conteúdo de um criador LGBTQIA+ não está vinculado somente a temas relacionados a essa comunidade. Entretanto, não pode ser desconsiderado, por sua voz, atitude social e política, temas vinculados com ativismo e direitos (56,4%), assim como a cultura e história LGBTQIA+ (53,5%) e a pauta sobre gênero e sexualidade (48,8%), estão presentes no discurso nesse grupo.
Entre as marcas mais lembradas pelos entrevistados quando o assunto é representatividade e temas ligados ao movimento LGBTQIA+ estão Doritos (19,2%), Netflix (11%), C&A (8,7%) e Absolut (4,1). Dos 172 entrevistados, 94,2% lembraram de uma marca específica, mas quando questionados se lembravam de mais marcas que trabalhavam com o tema, um pouco mais da metade (52,3%) respondeu.
“Esperamos que a pesquisa contribua para que tabus sejam cada vez mais dissipados, e que a comunidade consiga ser reconhecida não somente no mês de julho e sim, durante os 365 dias do ano”, comenta Yheuriet Kalil, CEO da Mosaico. “É muito importante salientar que os influenciadores com discurso social contam histórias que compõem um território próprio, que podem materializar o encontro do propósito mercadológico da marca com o fator humano. E isso é realmente relevante na vida das pessoas”, conclui