O Instituto AzMina acaba de lançar o Mapa das Delegacias da Mulher (Mapa das DDMs), que hoje totalizam 400 no país. Disponibilizado gratuitamente no site do instituto e no aplicativo Penhas, o mapa interativo conta com o recurso de QR Code e traz dados atualizados como localização, por meio da integração da tecnologia do Google Maps, contatos e horários de atendimento das delegacias.
O Mapa das DDMs reflete o levantamento exclusivo, realizado entre os meses junho e agosto deste ano, o qual aponta que, em 93% dos mais de 5,5 mil municípios brasileiros, as vítimas de violência física, sexual ou assédio moral precisam recorrer a delegacias comuns. Atualmente, a média é de uma delegacia da mulher para cada 275 mil mulheres.
Além disto, embora quase a metade dos casos de violência ocorra à noite, somente 15% das delegacias funcionam 24 horas. Fato contrário à determinação da Norma Técnica de Padronização das DEAMs. Atualizada em 2010, a norma define ainda a formação dos profissionais que atuam na área e princípios de atendimento e acolhimento à mulher em situação de violência, e a instalação de, pelo menos, duas delegacias especializadas em municípios com até 300 mil habitantes.
“Se ao chegar lá, a delegacia está fechada, o endereço está errado ou ela é submetida a reações preconceituosas ou machistas, ela é novamente vitimizada”, explica a diretora do Instituto AzMina, Helena Bertho. “Por isto é fundamental que o atendimento seja feito por profissionais treinados, especializados nestas situações e que a mulher se sinta acolhida”, completa.
De acordo com o estudo, o Tocantins é o único estado que cumpre essa diretriz, com 2,86 delegacias da mulher para cada 300 mil habitantes. Minas Gerais e o Distrito Federal são os que possuem a menor proporção: 0,16 e 0,2 delegacias para cada 300 mil habitantes. respectivamente Apesar de concentrar 32% do total de delegacias especializadas do país, São Paulo possui 0,84 para cada 300 mil habitantes.
“A dificuldade de obter atendimento e informações confiáveis e atualizadas é um indicador dos obstáculos que muitas mulheres encontram quando decidem interromper um ciclo de violência que envolve medo e sofrimento”, diz Helena Bertho.
O levantamento e o Mapa das Delegacias da Mulher têm apoio de investimento social do Instituto Galo da Manhã e da Google News Initiative, programa de apoio ao jornalismo digital.