Felisoni de Angelo: cenário preocupanteO índice de consumidores que pretendem efetuar uma compra de bens duráveis no período de abril a junho de 2015 caiu 3 pontos percentuais em relação primeiro trimestre deste ano. Segundo pesquisa realizada pelo Provar (Programa de Administração do Varejo), da FIA (Fundação Instituto de Administração), em parceria com a Felisoni Consultores Associados, o número registrado é 46,6% contra 49,6% de janeiro a março. Já na comparação com o segundo trimestre do ano passado, quando se registrou 53,2%, o índice apresenta queda ainda maior, 6,6 p.p.

A amostra, composta por 500 consumidores da cidade de São Paulo, analisa a intenção de compra e de gasto em relação a diversas categorias de produtos (“Eletroeletrônicos”, “Informática”, “Cama, mesa e banho”, “Cine e Foto, Móveis”, “Telefonia e Celulares”, “Material de Construção”, “Linha branca”, “Vestuário e Calçados”, “Automóveis e Motos”, “Imóveis”, “Eletroportáteis” e “Viagens e Turismo”), avaliando também a utilização de crédito nas compras de bens duráveis.

Quase todas as categorias apresentaram queda na intenção de compras neste trimestre em relação ao mesmo período de 2014 e, somente três apresentaram leve alta. São elas: “Material de Construção” (1,6%), “Imóveis” (0,8%), e “Informática” (0,4%).

O valor médio da expectativa de gasto com bens duráveis destes consumidores, R$ 2.311,00, também é menor que os valores do primeiro trimestre deste ano, R$ 2.577,00, e do segundo trimestre do ano passado, R$ 2.466,00.

Segundo Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Conselho do PROVAR/FIA, “o cenário é mais grave quando pensamos que o segundo trimestre é marcado pela segunda data mais importante do varejo, o Dia das Mães e esse período geralmente apresenta elevação em relação aos primeiros meses do ano, mas com o cenário pessimista de juros altos, inflação e preocupação com a empregabilidade, não esperamos um bom indicativo de vendas para esta data no varejo”.

A análise ainda apontou que o comprometimento de renda das famílias ainda é alto, sobrando somente 6,1% para novos gastos. O Crediário passou a ocupar mais espaço na renda das famílias chegando a 23,1%. Já os gastos com Educação equivalem a 19,6%. As despesas com Alimentação atingem 19%. Com Habitação 12,6%. Gastos com Transportes chegam a 8,3%. Saúde e cuidados pessoais 4% e Vestuário atingindo o menor índice com 3,4%.