As projeções das vendas de varejo em São Paulo para o terceiro trimestre do ano apresentam forte desaceleração. De abril a junho de 2012 verificou-se um crescimento de 6,1%, enquanto no período de abril a junho de 2013 a expansão esperada é de apenas 1,3%. Os dados, divulgados nesta quarta-feira (3), fazem parte da “Pesquisa Trimestral de Intenção de Compras no Varejo – Julho a Setembro de 2013”, realizada pela Provar (Programa de Administração de Varejo), da FIA (Fundação Instituto de Administração), em parceria com a Felisoni Consultores Associados.
Tal resultado é compatível com a queda da intenção de compra: 50,4% dos paulistanos pretendem adquirir um bem durável entre os meses de julho e setembro deste ano, índice 8,8% menor ao registrado no segundo trimestre, de 59,2%. Já na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o índice teve queda de 3,4% (no período foi registrado 53,8%). Este é o menor nível de intenção de compras registrado desde 2002 (cerca de 45%). “A massa real de salários, o volume de crédito no mercado, a taxa de juros, o prazo médio de pagamento, o comprometimento de renda e a inadimplência têm afetado muito o ânimo de compra e a tendência é de forte desaceleração do consumo até o final de 2013”, afirma Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Conselho do Provar/FIA.
A amostra, feita com 500 consumidores da cidade de São Paulo, analisa a intenção de compra e de gasto em relação a diversas categorias de produtos (Eletroeletrônicos, Informática, Cama, mesa e banho, Cine e Foto, Móveis, Telefonia e Celulares, Material de Construção, Linha Branca, Vestuário e Calçados, Automóveis e Motos, Imóveis, Eletroportáteis e Viagens e Turismo), avaliando também a utilização de crédito nas compras de bens duráveis.
Categorias
Entre as categorias analisadas, o item Vestuário e Calçados desponta como o de maior intenção de compra, com 19,8%, seguido por Linha Branca, com 9,6%, e Informática, com 9%. Outro fator ressaltado no estudo é que somente quatro categorias apresentaram alta na intenção de compras em relação ao terceiro trimestre de 2012. São elas: Eletroeletrônicos (200%), Eletroportáteis (72,7%), Informática (9,8%) e Linha Branca (9,1%). Todas as outras categorias listadas na pesquisa apresentaram índice zero ou quedas que variam de 13,2% a 53,3%. Eletroportáteis, Imóveis e Cama, Mesa e Banho foram os que apresentaram menor índice de compra, com 3,8%, 3,4% e 1,4%, respectivamente. A expectativa de inadimplência se mantém em um patamar de 7,6% durante os meses de julho, agosto e setembro.
Já na análise de comprometimento de renda das famílias, verificou-se que está sobrando menos no bolso do paulistano para novas despesas: somente 8,3%, índice 1,7% menor que na última pesquisa, em que se contabilizou 10% da renda para novos gastos. Entre os fatores que mais contribuem para o resultado estão as despesas com Alimentação (21%), Educação (20,4%) e Crediário (19,7%), este último com um gasto 3,3% maior que o registrado no último estudo. Com exceção da categoria Cine e Foto, todas as outras apresentaram aumento na utilização de crédito para compra. Entre aquelas que os consumidores mais afirmaram utilizar os meios de crédito para compra está Cama, Mesa e Banho, em que 100% dos respondentes sinalizaram fazer uso de crediário, seguido de Material de Construção, com 87,18%, e Viagens e Turismo, com 85,2%.
Também consta no estudo que a intenção de compra de imóveis nesses meses do ano é a menor já registrada. Somente 3,4% dos entrevistados informaram que pretendem adquirir esse tipo de bem e o valor médio gasto pelo paulistano para a compra é de R$ 129.411,00.