O setor de transportes vem ganhando espaço no Grupo JCDecaux e foi responsável por 42,3% do faturamento em 2015 (em 2013, foi 37,9%). Na visão global da empresa, o setor aeroportuário tornou-se essencial para impactar um consumidor que, cada vez, se desloca com maior frequência e tem menos tempo para outras mídias, especialmente as mais tradicionais. Se o business traveller é o segmento mais desejado por anunciantes, a democratização do transporte aéreo ampliou o volume de viajantes e diversificou a audiência.
Ana Célia Biondi, diretora-geral da JCDecaux no Brasil, afirma que o interesse na publicidade em aeroportos cresceu quatro vezes mais do que o número global de passageiros. Segundo ela, a empresa vem buscando implementar o modelo de sucesso utilizado em alguns dos maiores aeroportos do mundo por aqui. O modelo é baseado no impacto no protagonismo e na digitalização.
O desafio, naturalmente, é combater os resquícios do cenário fragmentado e confuso que constumava ser padrão nos aeroportos brasileiros. A Olimpíada do Rio acabou se transformando na grande oportunidade para criar uma nova experiência para os passageiros do RioGaleão, que foi a porta de entrada para a grande maioria dos turistas e atletas que participaram do evento.
Ana Célia conta que, em tempo recorde, a empresa conseguiu oferecer uma série de produtos novos concebidos especialmente para o RioGaleão, nos moldes do que é realizado nos maiores aeroportos do mundo.
“Estudos de fluxo, análise do mood do passageiro em cada etapa da viagem e um trabalho em parceria com a concessionária RioGaleão permitiram que entregássemos aos patrocinadores dos Jogos uma oferta moderna e impactante, no mesmo nível do que é oferecido em Londres, Paris, Nova York, Dubai, Cingapura ou qualquer outro grande hub mundial. Toda a expertise do grupo foi colocada em prática no RioGaleão e, posteriormente, na reformatação das ofertas dos aeroportos de Brasília, Natal e Salvador”, conta.
Tradicionalmente procurado por setores como o financeiro; o petroleiro; o automobilístico; e o de tecnologia, luxo, cosméticos e moda, este ano a mídia aeroportuária foi inundada pelos patrocinadores Olímpicos, que ocuparam todos os espaços disponíveis. Com os Jogos Rio 2016, os índices de ocupação e satisfação da empresa alcançaram patamares similares aos de Londres, em 2012.
“O ano de 2016 será emblemático para este segmento do OOH, tanto pela introdução de uma nova maneira de se pensar, entregar e comercializar mídia em aeroportos como pela excelente adesão de grandes players globais a este modelo, principalmente entre os patrocinadores dos Jogos Olímpicos 2016”, diz a executiva. O desafio é levar essa visão para mais aeroportos no país. Como o de Brasília – o segundo do país em número de passageiros e o principal hub doméstico do país –, onde a empresa está ampliando e transformando a oferta.