Este é um ano que definitivamente ficará marcado para a história do mais antigo instituto responsável por medir a audiência da mídia brasileira – o IVC. Foi o ano em que, após 54 anos de existência, a entidade deixou de ser chamada pelo tradicional nome de Instituto Verificador de Circulação para se tornar Instituto Verificador de Comunicação.
Claro, até pelo “pouco tempo de existência” da internet (alguns sites e portais não são ainda filiados à entidade, caso do líder UOL, por exemplo), redes sociais, do boom dos jornais gratuitos (leia-se Destak e Metro), da amplitude da mídia exterior atual (chamada agora de out of home), o grande negócio do IVC continua sendo a medição da circulação de jornais e revistas pagas (veja tabelas com os dez primeiros títulos de cada meio nesta página).
Porém, o nome comunicação, além de dar o tom contemporâneo da entidade, está em sintonia com o que deve ocorrer no futuro, onde tudo o que for mídia não irá escapar de medições. Uma exigência inclusive dos anunciantes. A publicidade e suas vertentes são caras, e é preciso saber onde se está colocando a verba.
Na época da mudança de nome, Pedro Martins Silva, presidente-executivo do órgão, foi enfático ao dizer ao propmark que “a alteração era mais do que necessária”. “Há tempos deixamos de aferir apenas a audiência dos veículos impressos para expandir nossas atividades para internet e até eventos. Somos multiplataformas”, ressaltou o executivo – que em 2015 também assumiu a presidência do IFABC (Federação Internacional dos Institutos Verificadores de Circulação, em tradução livre), entidade reunindo os principais órgãos de circulação do mundo.
Além do novo nome, o IVC também lançou uma logomarca com ares mais modernos, criada pela Loducca, que substituiu a antiga, cuja arte era assinada por Francesc Petit, um dos fundadores da atual DPZ&T. E foi lançada uma campanha pela agência Superglu para divulgar a relevante mudança na história do órgão, sob o conceito “IVC. A verdade allmedias”.
Em relação às audiências dos meios de comunicação, há grandes mudanças nos últimos dois anos. Se pegarmos os números fechados de 2014, a circulação das edições impressas dos jornais ficou estável (caiu de 4,393 milhões de exemplares para 4,392 milhões). Pois se as assinaturas cresceram 7% em 2014, passando de pouco mais de 2,2 milhões em 2013 para 2,36 milhões no ano passado, as vendas avulsas diminuíram 7,6% (de quase 2,2 milhões para pouco mais de 2 milhões). Porém, as edições digitais do meio jornal mais do que dobraram. De 2013 para 2014, cresceram 118%, indo de 229 mil para superar a casa do meio milhão. “O maior acesso das pessoas aos dispositivos móveis, como tablets e smartphones, faz o consumidor obter as informações que deseja de onde estiver, e não mais apenas no papel”, conclui Silva.
As revistas seguem o mesmo caminho. Se alguns títulos estão fechando no papel, seguem no digital, ganhando novo fôlego para sobreviver neste complexo cenário midiático da atualidade.
PRODUTOS
Além do aprimoramento e do aumento de veículos e meios auditados, o IBC também lançou este ano um projeto técnico que viabiliza a auditoria de aplicativos, que já está aberto a filiações. O serviço consiste na análise da utilização dos apps, com captação de dados armazenados no dispositivo do próprio usuário no momento da interação. Durante a auditoria, essas informações são confrontadas com os dados reportados pela ferramenta de web analytics utilizada pelo editor.
O órgão também lançou serviço de auditoria de streaming de áudio e vídeo, destinado principalmente às webradios e smart TVs. E anunciou a ampliação do escopo de atuação em relação à auditoria de eventos, projeto recentemente normatizado pelo instituto e que se faz necessário pelo próprio mercado – segundo a Abeoc (Asociação Brasileira de Empresas de Eventos), o setor cresceu 80% em 2013. “Os eventos desempenham papel importante na construção de marcas”, explica Silva.
Outra novidade, que começou a ser operada agora, é o Total View, ferramenta de consulta onde é possível levantar rapidamente a participação e relevância de cada meio de comunicação em diferentes mercados. Os filtros permitem ao usuário visualizar dados de diferentes plataformas dos veículos (tablet, mobile, desktop ou impresso), segmentos de atuação, regiões geográficas, regiões metropolitanas, interior de Estados, e período.
É a chamada otimização da verba saindo do discurso e finalmente ganhando espaço, com números cada vez mais precisos ao mercado publicitário.