“Pálido Ponto Azul” é um dos textos mais famosos do astrônomo e escritor Carl Sagan. Inspirado pela fotografia tirada pela sonda Voyager 1 e retirado do livro homônimo, o material provoca reflexão sobre a pequenez e fragilidade do planeta Terra. O dublador Guilherme Briggs gravou uma versão em português tão comovente quanto a original.
O que Sagan, decerto, não esperava é que sua reflexão pudesse virar uma campanha publicitária. Foi o que a Jeep fez, não sem antes ter que argumentar com a viúva do cientista, falecido em 1996.
Ann Druyan já havia sido abordada pelo CMO da Fiat há três anos. O problema é que, à época, a montadora não queria divulgar um carro elétrico, o que, segundo a viúva, contradizia toda a filosofia por trás do texto e da visão de mundo de Sagan.
Um dos trechos do texto diz o seguinte: “Tem-se dito que a astronomia é uma experiência que forma o caráter e ensina humildade. Talvez não exista melhor comprovação da loucura das vaidades humanas do que esta distante imagem de nosso mundo minúsculo. Para mim, ela sublinha a responsabilidade de nos relacionarmos mais bondosamente uns com os outros e de preservarmos e amarmos o pálido ponto azul, o único lar que conhecemos.”
Não há preservação com um carro poluente, certo?
Pois bem, a FCA esperou e desenvolveu “um carro para Anne”, conforme relata a também escritora ao site AdAge.
O filme, criado pela Doner, será veiculado na TV no intervalo da nova temporada de “Cosmos: Mundos Possíveis”, que estreia nos Estados Unidos na semana que vem.
O programa, aliás, é uma versão atualizada de “Cosmos: A Personal Voyage”, apresentada nos anos 80 pelo próprio Carl Sagan.
A campanha divulga o Jeep elétrico Wrangler 4xe.