Em meio a pressões dos comitês locais e de atletas perante o avanço do novo coronavírus globalmente, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou nesta terça-feira (24) o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio, que estavam previstos para os dias 24 de julho a 9 de agosto de 2020.

Thomas Bach é presidente do COI

Em nota assinada pelo presidente do COI, Thomas Bach, o texto cita o avanço acelerado da COVID-19, que já atingiu mais de 375 mil pessoas mundo afora. A decisão pelo adiamento teve o apoio do comitê organizador japonês, por meio do primeiro ministro Shinzo Abe.

“Diante das circuntâncias atuais e baseado nas informações dadas pela Organização Mundial da Saúde, o COI e o Primeiro Ministro do Japão concluem que a 32a. edição dos Jogos Olímpicos do Japão precisa ser reagendada para uma data após 2020, mas não depois do verão de 2021, para garantir a segurança e saúde dos atletas e todos envolvidos nos jogos, bem como a comunidade internacional”, declararam as autoridades.

Ainda em nota, o COI destacou que “os Jogos Olímpicos de Tóquio poderiam seguir como um espaço de esperança ao mundo durante os tempos de tormenta, e que a tocha olímpica poderia se tornar uma luz no fim do túnel. Nesse sentido, os líderes da organização concordaram que a tocha olímpica permanecerá em Tóquio até que o evento aconteça no ano que vem. Também foi definido que a edição manterá o nome de Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020.

Impacto local

A mudança terá reflexos em toda a cadeia do esporte, sobretudo, no marketing esportivo. Além de negociações de direitos de transmissão do torneio, milhões de dólares foram negociados com patrocinadores globais e locais. Coca-Cola, airbnb, Alibaba Group, Atos, Bridgestone, Dow, GE, Intel, Omega, Panasonic, P&G, Samsung, Toyota e Visa integram a lista.

No Brasil, Grupo Globo e BandSports detêm os direitos de transmissão em TV aberta e paga e já estavam em negociação com marcas. Pela primeira vez oferecendo cobertura integrada dos canais Globo e SporTV, além dos canais digitais, o grupo Globo poderia faturar mais de 580 milhões com seu pacote comercial. Já o canal BandSports estava comercializando cada uma das seis cotas no valor de R$ 11 milhões.

Olimpíadas: economia frágil pode frear renovação de patrocínios
BandSports revê estratégia comercial após adiamento de Olimpíadas
Globo renegociará com Bradesco e Claro para Jogos Olímpicos
COI defende a extensão de patrocínios dos Jogos para 2021