Pesquisa "Bares sem Assédio" apontou que 66% das mulheres já foram assediadas em bares

A Johnnie Walker e a Women Friendly realizaram uma pesquisa chamada “Bares sem Assédio”, que apontou que 66% das brasileiras afirmaram terem sido assediadas em bares, baladas, restaurantes ou casas noturnas.

O estudo, liderado pelo Studio Ideias, ouviu 2.221 mulheres, e mostrou que, entre as que trabalham ou já trabalharam nesses ambientes, 78% afirmaram já terem sofrido assédio.

Para ajudar a transformar esse cenário, Johnnie Walker colocou nas ruas uma iniciativa inédita que tem como objetivo combater o assédio, criando espaços mais seguros para o público feminino trabalhar e consumir.

Em parceria com a Women Friendly, a partir de março, a marca vai custear a certificação de 40 estabelecimentos das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Recife com o selo Women Friendly, além de oferecer, gratuitamente, capacitação de 1000 profissionais da área que tenham interesse em obter informações sobre como tornar os ambientes mais seguros para as mulheres.

“Johnnie Walker acredita que é preciso dar passos em prol do progresso coletivo. Por isso, iniciamos um movimento antiassédio em bares levando mais conhecimento e educação sobre o tema, por meio da Women Friendly. Hoje 30% dos consumidores de whisky no Brasil são mulheres”, comentou Juliana Ballarin, Diretora de Marketing do Scotch Portfólio para Paraguai, Uruguai e Brasil.

A pesquisa também apontou que mais da metade das mulheres entrevistadas (53%) já deixaram de ir a um bar ou balada por medo de assédio e que apenas 8% frequentam regularmente esses ambientes sozinhas, sendo que 13% delas nunca se sentem seguras em bares e restaurantes. A sensação de segurança só aumenta quando estão em grupos de amigos e amigas (41% dizem se sentir seguras assim).

Outro dado apontado pelo estudo foi que entre as mulheres que vivenciaram situações de assédio nesses locais, 40% relatam que já foram seguradas pelo corpo (braço, cabelo etc) por não terem dado atenção ao assediador. Sobre o assédio vivido, 63% afirmam terem sentido raiva e 49% impotência diante da circunstância.

Segundo as entrevistadas, 93% das agressões foram feitas por clientes dos estabelecimentos. A absoluta maioria não denunciou as agressões (89%), dentre elas, 35% nem pensaram em denunciar o assédio, 24% por não saber como, 18% por terem sentido medo e 17% por terem sentido vergonha.

“É necessário agir em prol do progresso coletivo. E garantir às mulheres o direito de se divertir ou trabalhar em segurança é fundamental”, completou Ballarin.

Para viabilizar o movimento de bares sem assédio, as casas participantes estão recebendo treinamento para capacitar toda a equipe, incluindo os donos dos bares, além da implementação de protocolos de segurança, como o canal de denúncia administrado pela Women Friendly. Após a conclusão do processo, os bares passam a atuar com o selo Women Friendly, que atesta o ambiente livre de assédio.

“Nosso trabalho consiste em desenhar essa jornada de transformação cultural treinando líderes e funcionários para que saibam identificar, prevenir e intervir diante de situações de assédio. Também garantimos que os canais de denúncia sejam eficientes e acolhedores. Esses são alguns dos requisitos para que as empresas recebam a nossa certificação anual”, comentou Ana Addobbati, cofundadora da startup.

Junto com os bares, a Diageo recebe a certificação Women Friendly tornando-se a primeira empresa de bebidas a ter o selo, o único no mercado a reconhecer as empresas comprometidas com o público feminino a partir do combate ao assédio.