Esquecer em casa o guarda-chuva, o livro ou casaco é algo perfeitamente normal na vida de um jovem. Mas pergunte para essa pessoa o que acontece se ela esquece o celular em algum canto. Usando a gíria da moçada: “a casa cai”. Ou seja, não dá mais para viver sem o celular no bolso ou na bolsa. Muitos afirmam que o aparelho, que completou recentemente 20 anos no Brasil, já faz parte do vestuário. E essa dependência do celular acontece com jovens de todo o mundo, segundo pesquisa da consultoria Nielsen – realizada em dezembro de 2010 no Brasil, Rússia, Índia, China, Vietnã, Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido, Espanha e Itália. Por exemplo, na China, 73% das pessoas com idade entre 15 e 24 anos afirmaram usar a internet por meio do celular. Em segundo lugar ficaram os Estados Unidos (48%) e Reino Unido (46%). O Brasil aparece apenas em quinto lugar, com cerca de 6% dos entrevistados. “No Brasil o preço ainda é um fator que impede a maior penetração de usuários nos chamados serviços de valor agregado, com a criação recente de planos especiais de acesso à rede social e internet para os assinantes pré-pagos, a tendência é de aumento na penetração”, afirmou Thiago Moreira, diretor de Telecom Nielsen Brasil, ao comparar a alta porcentagem revelada pelos chineses.
A China também lidera entre os países com mais pessoas nesta faixa etária que baixaram toques de celular e usaram serviços de mensagens instantâneas. A Arábia Saudita ficou com o primeiro lugar entre as nações que mais baixaram papéis de parede para celular. Em relação a download de games, Estados Unidos e Arábia Saudita empataram, enquanto os Estados Unidos se mantém campeão entre os que mais enviaram e-mail pelo celular.
Mas quando o assunto é mandar mensagens, elas disparam na frente. Em quase todo o planeta, as mulheres enviam mais SMS que os homens. No Brasil, não é diferente, e as mulheres respondem por 53% das mensagens de texto enviadas enquanto os homens somam 47%. Somente na Arábia Saudita, China e Índia, os homens enviam mais SMS que as mulheres. Na Rússia, homens e mulheres ficaram empatados.
Em relação às mensagens multimídia (MMS), no Brasil os homens superaram as mulheres por dois pontos percentuais: homens respondem por 51% do total, enquanto as mulheres ficaram com 49%. Novamente, Arábia Saudita, China, Índia e Rússia também ficaram entre os países em que os homens enviam mais MMSs. Na Espanha, homens e mulheres ficaram empatados.
Italianos
Dos jovens europeus pesquisados, 28% usam o smartphone. Os adultos, acima de 25 anos, somam 27% na Europa. Deste universo, os italianos, de 15 a 24 anos, são os que mais gostam do aparelho, totalizando 47%. Os adultos do mesmo país totalizam 31%.
Na maioria dos países pesquisados o smartphone é mais usado pelos homens, com uma notável exceção, os Estados Unidos. Na terra de Obama, 55% dos usuários, de 15 a 24 anos, pertence ao sexo feminino. Isso na juventude porque na população geral, o uso do smartphone representa 55% do sexo masculino.
Quando o assunto é comprar celular, o preço pesa na decisão da maioria dos entrevistados, tanto jovens quanto adultos. A exceção, neste quesito, ocorreu somente com os jovens russos. Vinte e um por cento deles escolhe o aparelho por causa do design. Cerca de 14% dos adultos brasileiros afirmaram que o estilo e o design do aparelho são os fatores mais importantes na hora da compra, em comparação a 7% dos adultos nos Estados Unidos.
Quanto a forma de pagamento da conta do celular, a pesquisa mostra que o pré-pagamento é um serviço bastante usado pelos jovens. O Brasil ocupa o terceiro lugar, com 90% de homens e mulheres usando o sistema pré-pago, contra 10%, que utilizam a opção de pós-pago. Na segunda posição está a Índia com 97% e em primeiro lugar, com 98%, vêm os russos. No fim da fila estão os norte-americanos, pois somente 24% deles preferem pagar antes de usar o serviço. Ou seja, por lá, 76% apostam no pagamento após o uso dos serviços.Quando os adolescentes passam para a fase adulta, além de mudanças físicas, o comportamento também se transforma. No que se refere ao uso do celular, eles passam a pagar a própria conta, deixando de lado o famoso “paitrocíno”.
Ocorre um aumento de 30% no pagamento da conta, uma vez que os usuários se despedem da adolescência. Mas vale ressaltar que os entrevistados da Alemanha e do Brasil empatam com 56%, o maior percentual, de adolescentes que dizem que pagam sua própria conta, enquanto a Itália tem a taxa mais baixa, 21%. Dos 20 a 24 anos, os russos ocupam o primeiro lugar com 88%, na sequência está a Alemanha, com 84%, e na terceira posição aparece o Brasil com 82% do jovens pagando do próprio bolso.
por Adriana Silvestrini