1. Rápido na resposta, como são todos, o político-prefeito Haddad, de São Paulo, resumiu a um repórter o que achava da liminar que a Justiça havia concedido a pedido do Ministério Público e contra o aumento abusivo do IPTU por ele proposto, para vigorar em 2014: “Prejudica metade da população – a metade pobre – se essa lei não for aprovada”.

É necessário que os nossos governantes se convençam de uma vez por todas que foram eleitos para cuidar de todos, e não seletivamente, como propõem, apenas da parte menos favorecida da população.

Todos sabemos que assim agem à custa da caça de votos nos contingentes populacionais mais desprotegidos por obra dos governos anteriores, que sempre tiveram o mesmo discurso.

Em nome dos desassistidos, portanto, cravam a faca no peito daqueles cuja grande maioria também nasceu desprotegida, mas conseguiu à custa de enormes sacrifícios alcançar degraus mais elevados na escada social, inclusive frequentando escolas à noite em busca de maior saber.

Fazendo parte da outra metade da população, a chamada classe média é assim punida por ter vencido na vida, o que pode ser lido como grande injustiça contra ela.

Esse é apenas um dos muitos aspectos que contradizem o trololó de sempre dos políticos que se arvoram em Robin Hood, na verdade apenas mais um ilusionismo para justificar seus erros.

Vamos torcer para que a medida judicial que impediu até aqui a ganância da prefeitura paulistana seja confirmada na decisão da sentença final, derrotando qualquer “infringência” que advogados muito bem pagos pelos interessados costumam arquitetar para mudar decisões judiciais.

Já está mais do que na hora do Brasil caminhar para frente, acabando de vez com a patota dos espertos que costumam se valer da ingenuidade popular para se consagrarem como heróis, quando na verdade não passam de heróis de si próprios, abrindo largos caminhos em direção à fortuna.

Eles dizem que governam para os pobres e estes são cada vez mais numerosos no Brasil. Nos palácios onde exercem os seus mandatos, o que menos se vê é gente pobre. Uma contradição muito próxima dos ilusionistas.

2. Muito bem recebida pelo segmento das emissoras de rádio e também no mercado publicitário, a decisão do governo federal autorizando a migração de mais de 1.700 rádios AM para a frequência FM em 2014.

Daniel Slaviero, presidente da Abert, falando pela mídia, acreditou que a solução para os ruídos nas transmissões viesse com a digitalização do sinal, o que não ocorreu dada a interferência cada vez maior de fatores externos como eletrodomésticos, automóveis e correlatos.

O setor acabou convencido de que somente a migração para a FM resolveria a questão, o que agora tem o seu início com o decreto oficial.

As emissoras devem aproveitar o momento e se venderem melhor para o mercado, em busca do aumento da sua fatia na divisão do bolo publicitário brasileiro.

Como distribuição para o setor, a Abracomp (Associação Brasileira dos Colunistas de Marketing e Propaganda) planeja lançar, em meados de 2014, uma premiação específica para o setor, cujas categorias estão sendo estudadas por sua direção.

Com mais verbas, as emissoras terão condições de qualificar as suas programações e desenvolver esforços para que os anunciantes voltem a refletir sobre a importância desse meio de comunicação, cuja velocidade e portabilidade mantêm o veículo como o que mais compete com a web nesses quesitos. Com a vantagem de aguçar a imaginação dos ouvintes, o que a frieza e a pluralidade da web impedem.

3. Na última semana, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o “Boni”, comunicou ao mercado que não há mais nenhum resquício de tecnologia analógica nas emissoras Vanguarda de São José dos Campos e Taubaté (SP).

Assim, desde a captação, passando pela edição e atingindo a exibição, todo o conteúdo das mesmas opera 100% Full HD.

Na sua conexão com Roberto Irineu Marinho e Carlos Schroder, os primeiros a serem informados do fato por Boni, este explicou-lhes que até maio de 2014 a Rede Vanguarda estará cobrindo 93% da região onde atua, no Vale do Paraíba, fiel aos padrões de excelência propostos e praticados pela Rede Globo, da qual a Vanguarda é filiada.

O Brasil privado, embora sempre fustigado, não para de progredir, mostrando ao povo a sua melhor opção.

4. Prática que vai e vem, os descontos agora atingem seu maior momento de vida, com destaque para o mundo publicitário. Não há mais nenhuma negociação sem que seja solicitado um desconto por quem vai pagar, mesmo que ele já tenha ocorrido antes do preço líquido.

O mercado se irmana dessa forma à tradicional cultura árabe, na qual a venda e a compra requerem sempre o indispensável leilão pelo desconto, mais uma forma de se sobrepor ao outro do que na verdade alcançar uma vantagem financeira.

Este editorial foi publicado na edição impressa de Nº 2474 do jornal propmark, com data de capa desta segunda-feira, 11 de novembro de 2013