Empresa oferece possibilidade de criação de uma plataforma de vídeos on demand para cada clienteToda companhia é uma companhia de mídia. Tendo essa máxima em mente e atenta ao crescimento do uso do audiovisual como forma de conteúdo, a Kaltura é uma plataforma aberta de transmissão online de vídeos para web. Baseada em três verticais – educação, corporações e marketing –, a startup já começou a operar no Brasil e recebeu recentemente aporte de US$ 47 milhões.

Com a programação aberta para colaboração, customização e integração de seus clientes, a Kaltura é uma plataforma personalizável de transmissão de vídeos, seja em tempo real, para transmissões, webcasts, conference calls ou eventos ao vivo, ou on demand, como o Netflix e o YouTube. Por conseguir conversar com diversos outros tipos de programas e linguagens de programação, pode ser associada a documentos, formulários, redes de publicidade na web ou até formatos de pagamento via paywall, todos estes contabilizados por um sistema de mensuração e métricas. “Nós brincamos que a Kaltura é como um Lego. Entregamos uma plataforma atualizada e potente, e o cliente monta de acordo com as funcionalidades que quiser”, diz Lars Janér, gestor nacional da Kaltura no Brasil.

Entre os três pilares para a plataforma, o que mais está se destacando globalmente é o da educação. “Nos últimos três ou quatro anos tivemos um crescimento muito forte baseado na educação. Cada instituição de ensino usa a Kaltura de uma maneira diferente, uma vez que a plataforma pode ser integrada ao sistema de ensino”, afirma Janér. Então, o vídeo pode ser visto juntamente com um PDF com o conteúdo da aula ou um teste, por exemplo. Também existe a possibilidade dos próprios alunos subirem conteúdo. Atualmente, a Kaltura tem como clientes universidades como Harvard, Yale, Stanford, Princeton, Cornell e Columbia, entre outros.

Em relação ao uso corporativo, o executivo afirma que a Kaltura é ferramenta para todos os tipos de treinamento e conferência, bem como para vídeos com conteúdo sensível ou informações sigilosas, uma vez que é possível controlar os logins e o acesso das páginas. Lojas de e-commerce podem fazer versões de vídeos de exibição e tutoriais de seus produtos ligando-os diretamente ao link de compra sem dispersar o usuário. Mesmo alguns anunciantes usam a plataforma para aprovarem versões de comerciais e o trânsito das peças ser mais fácil.

Na questão de marketing, o uso aqui no Brasil ainda é mais limitado, mas fora do país existem alguns veículos e iniciativas adotando a plataforma, seja para branding ou monetização. “Se você tem conteúdo forte, pode usar seu próprio sistema e não depender do YouTube. Você pode vender o vídeo individualmente, cobrar por assinatura ou por anúncios”, comenta Lars Janér. Sites como o TMZ, conhecida publicação de fofocas sobre celebridades, personalizam o player dos vídeos para expor sua marca e evitar o “roubo” de um conteúdo exclusivo. Aqui no Brasil, portais como Terra, UOL e Globo.com já possuem players próprios.

A questão da entrega do filme na resolução adequada para o tipo de navegador e velocidade da conexão também é prioridade na startup. “Trabalhamos com a conversão para diversos tipos e formatos de vídeo, já que a entrega precisa ser garantida. Não posso me preocupar se o browser do internauta é antigo, se o smartphone dele tem baixa conexão, não importa. Precisamos e conseguimos enviar uma versão que seja compatível com ele”, diz Janér. Isso explica também o ânimo da companhia no país. “Me perguntavam se eu estava maluco de trabalhar com vídeo online no Brasil, onde a conectividade ainda é horrorosa. Mas é justamente essa a nossa vantagem. Como convertemos o vídeo em muitos formatos, a gente resolve a entrega de vídeo mesmo em conexão fraca. Somos até mais úteis em lugar com conexão ruim”.

O modelo de remuneração da Kaltura funciona como o de softwares, mas com algumas diferenças. “A licença anual da plataforma dá acesso a todas as funcionalidades. Mas o contrato vem com um volume de terabytes e volume de vídeos gerados”, conta. “A segunda cobrança é por número de logins gerados, ou seja: quantos estudantes, funcionários ou outros utilizadores estarão logados, podendo subir vídeos e com relatórios de métricas individualizados”, encerra.

*colaborou Karan Novas