VP da farmacêutica conta que um dos objetivos do apoio estar em dar ao futebol feminino 'o destaque que ele merece'
A seleção brasileira está prestes a entrar em campo para disputar a Copa do Mundo Fifa de Futebol Feminino, que começa no próximo dia 20, na Austrália e na Nova Zelândia.
Com um investimento de R$ 40 milhões no ciclo de quatro anos da competição, a Cimed é uma das marcas que estarão ao lado das jogadoras, em busca da primeira estrela nacional, por meio de ativações com Lavitan.
Ao lado das atletas Bia Zaneratto, Debinha, da ex-jogadora Formiga e das influenciadoras Alê Xavier e Luana Maluf, Karla Marques Felmanas, vice-presidente da farmacêutica, conta que entre os principais objetivos da presença da marca está a vontade de dar ao futebol feminino o destaque que ele merece.
A executiva também destrinchou quais serão as ativações de Cimed durante o campeonato. Veja a seguir alguns trechos desta entrevista.
Qual é a relação da Cimed com os esportes?
Começou primeiro por um gosto pessoal da família, porque sempre gostamos muito de esportes e entendemos que tem uma relação bacana entre a empresa e
o esporte, como por exemplo o time. Na época que nós formatamos um time de vôlei, aprendemos muito a pegar o que acontecia na quadra e trazer para a empresa e vice-versa. Foi legal porque entendemos que, no caso do time de vôlei, não adianta ter uma única estrela, por isso que se chama time. Não adianta o líbero conseguir pegar a bola, se ele não conseguir passar para quem vai cortar. Não vai resolver. Essa coisa que os técnicos de times fazem de garantir que só se ganha
um jogo se você tem um time é legal de se trazer para a mentalidade da empresa. Por outro lado, também é legal levar para o time que precisa ter a questão profissional, de gestão. Não adianta de nada você querer que o atleta esteja motivado, se ele não está recebendo o salário. É muito bacana nós conseguirmos levar o nosso conhecimento administrativo para um time e trazer o espírito do time para dentro da empresa.
E como começou essa relação?
Tivemos esse time de vôlei por alguns anos. Ele era de Florianópolis. Meu irmão (João Adibe Marques, presidente da Cimed) morava lá e conheceu o Renan. Esse time era nosso, não era patrocínio. Nós formatamos o time e foi muito legal. Na época, a onda dos colaboradores da Cimed não era o amarelo como hoje, mas todo mundo era torcedor de vôlei. A galera da fábrica viajava vários quilômetros para assistir aos jogos e fomos campeões, chegamos até a jogar o Mundial da modalidade sendo o primeiro time brasileiro a participar da competição no Qatar. Foi muito intenso. Além disso, o João sempre foi muito apaixonado pelo automobilismo, ele chegou até a correr, mas depois parou. Então, nós formatamos também uma equipe, que também era nossa, não tinha patrocínio. A gente contratava pilotos profissionais e administrava a equipe. Nessa empreitada, também participamos de campeonatos e ganhamos alguns. Foi um sucesso e foi muito legal porque os nossos clientes podiam viver o que era estar em um box de corrida. Nós fazíamos várias campanhas internas para levar os nossos clientes para ver como era.
Em que momento a Cimed começou a apoiar o futebol, especificamente?
No ano passado, tivemos a oportunidade de entrar como patrocinadores, a princípio, do futebol feminino do Palmeiras, com alguns ativos no masculino, e depois entramos como patrocinadores do Cruzeiro, também no feminino, mas depois assinamos o patrocínio na camisa do masculino. O mundo do futebol é muito intenso. É muito grande e envolve muita paixão, então é muito bacana estar nesse meio, especialmente no Palmeiras porque toda a família é palmeirense.
Como vocês se tornaram patrocinadores da CBF?
Nós fomos atrás deles. Um parceiro nosso patrocinava a menor cota e, quando a Chevrolet saiu, ele nos avisou. Lá, eles têm um limite de patrocinadores e, naquela época que deu um problema de corrupção, as multinacionais não podiam mais patrocinar por uma questão de compliance, então muita gente estava encerrando o contrato. Nisso, nós tivemos a oportunidade de entrar. Esse foi um salto muito importante para a Cimed. Esse é o nosso segundo ciclo de Copa do Mundo e, com isso, colocamos a empresa em um outro patamar de marca por estarmos junto de outras empresas muito grandes, como Itaú, Vivo e Guaraná Antarctica. Também tem uma situação muito legal sobre a CBF que é, quando você patrocina, você pode fazer algumas ativações exclusivas como levar um cliente para conhecer a Granja Comary, para viver os bastidores de um jogo, por exemplo, é muito único e não tem preço. As grandes marcas, talvez por já serem patrocinadores há mais tempo, acabam não usufruindo dessas oportunidades, então pegamos para nós. No final, a Cimed usa mais do que deveria porque fica disponível.
Sempre foi a intenção da Cimed patrocinar a seleção masculina e feminina?
Na verdade, é um pacote. Quando você vira patrocinador da CBF, você se torna patrocinadora de todas as seleções, então é o masculino, o feminino, o futsal. É tudo.
Além patrocinar também os times femininos do Palmeiras e do Cruzeiro, a Cimed é uma das patrocinadoras da seleção feminina do Brasil, que vai disputar o Mundial este mês. Por que vocês decidiram apoiar as meninas?
Nós vamos entrar com tudo no futebol feminino a partir de agora. Eu não tinha conhecimento sobre esse universo, estou aprendendo ainda, mas é muito legal ver que é novo. Até 1979, as mulheres eram proibidas de jogar futebol no Brasil, mediante prisão, inclusive. Faz só 44 anos que as mulheres puderam voltar a jogar, o que em tempo de história é quase nada. Faz pouquíssimo tempo. Então, a bandeira que eu quero levantar agora, que nós vamos trabalhar com muita força daqui até o final da Copa, é que o Brasil tem paixão pelo futebol. Tanto faz se é feminino ou masculino. Não interessa. Não é Copa do Mundo Feminina. É Copa do Mundo e ponto. Nós vamos torcer e é essa a energia que nós queremos levar para os brasileiros e queremos que os brasileiros levem essa energia para as jogadoras também.
A Cimed está investindo R$ 40 milhões no ciclo da Copa do Mundo. Como esse dinheiro está dividido?
Esse valor é do ciclo mais as ativações. Além disso, parte desse investimento vai para as meninas que nós estamos patrocinando. Tudo é proposta. A Copa do Mundo do ano passado, no Qatar, teve uma magnitude, mas era tudo muito caro. Na época que nós começamos a fazer as cotações, ficamos assustados com os valores. A Austrália é um lugar mais longe e tem uma complicação para tirar o visto. Está complicado e tem uma burocracia muito grande, eles pedem o imposto de renda dos últimos três anos, por exemplo. É uma documentação sem fim para preencher. Então tem essa dificuldade para as pessoas irem, também é caro, são dois voos longos.