A produtora La Casa de la Madre lançou o selo La Madre Docs, que será voltado apenas para o universo de documentários. A iniciativa tem o objetivo de dar apoio e visibilidade a trabalhos autorais de novos cineastas e documentaristas. Não há um tema específico a ser trabalhado. Os interessados podem inscrever desde roteiros (para serem produzidos do zero, com o apoio da produtora) até projetos prontos (com até seis minutos de duração) sobre os mais diversos assuntos.

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André Castilho, roteirista e um dos sócios da La Casa de la Madre, explica que a ideia é trabalhar com talentos que tenham uma linguagem diferenciada e saibam imprimir na tela um filme não só informativo, mas, principalmente, sensorial. “Fizemos um chamado através de um vídeo, publicado em nosso Facebook e recebemos mais de 250 emails de cineastas de todo o país”, conta. “Estamos analisando os portfólios e também as ideias de projetos enviados. Vamos chamar esse pessoal para conversar e firmar parcerias com aqueles que estiverem compatíveis com o nosso DNA e com o nosso momento”, completa ele.

No final, o que também será avaliada é a proposta autoral de cada iniciativa. “Nós acreditamos que a linguagem cinematográfica documental pode contribuir para a transformação do mundo e da realidade ao nosso redor. A nossa proposta com o selo é encontrar e dar visibilidade a roteiros e curtas documentais que estejam alinhados com o nosso DNA enquanto produtora e apresentem inovação, originalidade e propósito”, afirma Castilho.

Os lucros obtidos em uma eventual comercialização dos projetos serão divididos entre a produtora e os autores dos curta-documentários. No caso das propostas que envolverem questões sociais, parte do lucro será destinada também a instituições filantrópicas que trabalham com a mesma temática.

Castilho explica ainda que a ideia é suprir os custos de produção do projeto, além de pagar um cachê ao documentarista. “O produto final é um curta documental de até seis minutos, publicado em nossas redes e de parceiros. Os curtas que tiverem boa recepção do público e boa taxa de compartilhamento serão inscritos em festivais, expandidos em um projeto de longa ou média metragem e, então, correremos atrás de patrocínio, captação via editais e parcerias de distribuição”, conta um dos sócios da produtora.

André Castilho destaca que o La Madre Docs traz um pouco do DNA da produtora. “O storytelling é a pedra filosofal da La Casa de la Madre. E a linguagem documental é uma ferramenta que conversa bastante com a verdade que temos dentro de nós. Esperamos o momento certo para investir no segmento para fazer direito”, diz.

E a primeira obra produzida pelo selo La Madre Docs foi um registro sobre a tribo indígena Huni Kuin, presente no Peru e também no Brasil. Gravado entre os meses de junho e julho deste ano no município de Feijó, no Acre, o curta documentário Huni Kuin – Os Últimos Guardiões, do diretor Danilo Arenas Ireijo, aborda a relação ancestral da tribo com a floresta que a cerca e os impactos causados pelo desmatamento e pelo contato com o “homem branco”. O lançamento está programado para o dia 5 de novembro, em São Paulo.