Planejar as próximas duas décadas com a maturidade e respaldo que a experiência e as boas parcerias podem oferecer. Foi assim que a Lew’LaraTBWA comemorou seus primeiros 20 anos na última semana: com uma grande festa no Leopolldo, em São Paulo, na companhia de profissionais que fazem parte do passado e do presente da operação, e com a presença de Tom Carroll, presidente e CEO da TBWAWorldwide, já com vista para o futuro.
O principal executivo da rede que controla a operação brasileira aproveitou a data para realizar uma de suas visitas de negócios ao Brasil, que não acontecia desde maio de 2011, e ter contato pessoal pela primeira vez com o presidente Marcio Oliveira, o CCO Manir Fadel e a chief financial officer Sheila Wakswaser como seus novos sócios – primeiro passo da renovação da Lew’Lara para o futuro planejado, realizado em dezembro último, quando os três executivos receberam 1% das ações, enquanto a TBWA mantém 70% e Luiz Lara e Jaques Lewkowicz, fundadores e hoje respectivamente chairman e chairman criativo, detém 13,5% cada. “Tenho 57 anos e sei como a juventude é importante, especialmente pelo frescor que ela traz ao negócio. Trabalhar com publicidade é trabalhar 24 horas por dia, sete dias por semana, e essa rotina torna esse o mercado o mais duro e competitivo do mundo. Você tem que ter vários níveis de gerações atrás de você para que elas auxiliem no acompanhamento das grandes mudanças, treinando-as para que elas possam levar esse ar jovem e fresco para o negócio”, destacou Carroll.
Ao analisar as possibilidades para o mercado brasileiro no futuro, o executivo vê o escritório da Lew’Lara como hub da rede não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina. “Nos próximos 20 anos estaremos expandindo nossos grandes hubs, como Nova York, Xangai e São Paulo. Queremos ter uma presença maior e mais consolidada em todos os mercados em que já estamos presentes, abrangendo mais e mais regiões. Consideramos o Brasil um mercado enorme não só economicamente, mas de forma dinâmica. Tudo aqui está crescendo muito rápido e, ao mesmo tempo, temos os profissionais da Lew’Lara envolvidos em projetos grandes ao redor do mundo”, analisou.
Para Carroll, o principal desafio da rede para os próximos anos é continuar cada vez mais competitiva, investindo principalmente na atração e manutenção de talentos profissionais. “Nosso negócio é simples e envolve basicamente dois fatores: dinheiro e reconhecimento. Para ter sucesso, precisamos de uma cultura que funcione internamente, mantendo os grandes talentos nas nossas operações e atraindo mais. Com isso, criamos grandes trabalhos, que geram reconhecimento do mercado, trazendo mais trabalhos e mais dinheiro. O que permeia isso é a cultura de uma agência, e isso é muito forte na Lew’Lara”, ressaltou.
Já sobre a presença da rede no país – que cresceu com a consultoria Disruption Works em novembro e deve ter a Mood integrada a seus negócios nos próximos meses, além da digital ID –, o CEO destaca que é possível que a própria Lew’Lara ganhe novos braços para atender a demanda evolutiva do mercado, que exige novos meios. “Há 20 anos, uma reunião de briefing tinha seis pessoas: líderes de agência e anunciante, redator, planejador, executivo de conta e alguém do marketing. Hoje não se faz uma sem ao menos 15: do estrategista digital ao pessoal de mídias sociais e de PR. O mercado demanda mais especialistas. Hoje, somos mais parecidos com produtores de Hollywood que com agências tradicionais”. Já sobre aquisições, Carroll diz que não tem planos concretos – além da Mood –, mas pode investir em alguma oportunidade pontual. “Se o pessoal daqui me ligar dizendo que encontrou um parceiro ótimo, que facilitará o trabalho e irá gerar ótimos resultados, providenciaremos a aquisição para a manhã seguinte”, garantiu.
Marcas
O passado da agência nascida ao fim de 1992 é motivo de orgulho para os fundadores Luiz Lara, proveniente do atendimento, e Jaques Lewkowicz, um dos grandes nomes da criação brasileira. “Começamos com duas contas e 30 pessoas, já relativamente grande, mas nunca imaginamos naquela época ter alcançado esse tamanho, nem ter um parceiro como a TBWA, que foi um presente para nós há cinco anos”, revelou Lewkowicz. Na celebração realizada no último dia 7, com direito a show do cantor Naldo para cerca de 600 convidados, o público pôde acompanhar os depoimentos de grandes nomes do mercado que participaram da história da agência, como Washington Olivetto – que foi acionista da operação até a chegada da TBWA, em 2007 –, Marcello Serpa, Celso Loducca, Sergio Valente e Nizan Guanaes.
Para Lara, a característica mais marcante da operação da agência nessas duas décadas foi a construção de marcas e revelação de profissionais que hoje mantêm posição de destaque em seus setores e empresas. “Começamos há 20 anos já baseados no balanço entre a criatividade e o pensamento estratégico. E conseguimos fazer com que empresas que confiaram na gente, como Natura, TIM, Nokia e Banco Real, fizessem parte da nossa história de longos relacionamentos. Mas o que mais nos orgulha é que muitas delas não eram grandes anunciantes no início e, depois de muito trabalho, se tornaram líderes em seus mercados”, avalia o chairman. “Também tivemos o privilégio de ver o mesmo acontecendo com muitos profissionais que fizeram parte de nosso time nesse tempo, como o Dedé Laurentino, hoje sócio da TBWALondres; o Marcelo Reis, que lidera a criação da Leo Burnett Tailor Made; o Sergio Valente, que comandou durante tanto tempo a DM9DDB e hoje está na Rede Globo; o Átila Francucci, hoje sócio da Lua Propaganda; o Aaron Sutton, liderando a Mood; Celso Loducca, liderando a Loducca; o Marco Versolato, na DM9; e o Igor Puga e o Domenico Massareto, hoje com vida independente na ID. Realmente, acreditamos que criamos uma família e essa atmosfera com certeza será ainda melhor nos próximos anos para todos: nossos profissionais, nossos clientes, parceiros de mídia e de produção.
Criado nesse ambiente, o hoje presidente Marcio Oliveira compartilha da opinião de Lara. “Estou aqui há quase 14 anos, 70% da história da agência, e posso assegurar que se a gente conseguir se divertir no mesmo nível que nesses primeiros 20 anos, já será ótimo. E pode ter certeza que tentaremos nos divertir ainda mais – já que essa diversão sempre nos ajudou a trazer melhores resultados”, ressaltou. “O amanhã é sempre mais excitante que o ontem. Com certeza os próximos anos serão mais excitantes para nós”, complementou Lewkowicz.
