Mais que nunca, o Brasil está carente de grandes lideranças. Não importa de que setores, mas que sejam lideranças verdadeiras, que abordem não apenas os graves problemas que enfrentamos, como também e principalmente suas soluções, ainda que doloridas para todos.

Vimos ontem a noite no Jornal Nacional (Globo) o carismático Nizan Guanaes, do Grupo ABC, falar pelo Conselhão – Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Ele começou assim seu speech: “Já que o governo ainda não tem índices de popularidade altos, aproveite, presidente Temer. A popularidade é uma jaula. Ninguém faz coisas contundentes com altos níveis de popularidade. Então, aproveite que o senhor ainda não tem altos índices de popularidade e faça coisas impopulares que serão necessárias e que vão desenhar este governo para os próximos anos. Aproveite sua impopularidade. Tome medidas amargas. Aliás, este é o grande desafio das democracias do mundo”.

Do segmento das agências de propaganda, um dos mais importantes do país porque influencia todos os demais com os seus aconselhamentos, assessorias e produto final publicitário, também faz parte do Conselhão Roberto Justus, do Grupo Newcomm, que declarou à saída da reunião estar pensando em se candidatar a Presidência da República já em 2018.

Se até há alguns anos atrás os publicitários mais conhecidos assessoravam a classe política brasileira, hoje, diante da carência de grandes lideranças políticas, alguns empresários-publicitários estão sendo desafiados a subir um degrau e substituir os que antes assessoravam.

Isso pode ser bom para o país, pois é reconhecido pela grande maioria que a propaganda brasileira possui talentos em proporção maior  do que a maioria dos outros setores de atividades em nosso país.

A fala de Nizan, transmitida durante cerca de quatro minutos pelo Jornal Nacional, mostrou a força desse setor que deve, sim, alçar mais um degrau na vida pública nacional. 

Armando Ferrentini é presidente da Editora Referência, que publica o PROPMARK e as revistas Marketing e Propaganda