Clemente: projeto começou com um sonho de infânciaHá dez anos, o Líderes em Campo vem colocando executivos de alto nível para atuar ao lado de grandes ex-craques do futebol. Os melhores momentos desta primeira década do projeto idealizado por Décio Clemente estão registrados em livro comemorativo lançado nesta quarta-feira (27), que reúne fotos, curiosidades e a trajetória do evento.

Tudo começou com um sonho de infância, conta Clemente. “Descobri que vários executivos tinham esse sonho e nunca tinham a oportunidade de jogar como verdadeiros atletas. Trata-se de uma categoria de empresários de nível muito alto que merecem esse tratamento”, diz. Criou-se, então, um evento que não apenas colocou empresários lado a lado dentro das quatro linhas, mas também formou uma rede de relacionamentos para que negócios e parcerias fossem fechados.

Para Clemente, o Líderes em Campo cresceu nos seus dez anos de vida, o que se revela na adoção do formato “futebol corporativo” por parte de empresas que o usam como programa de incentivo para seus funcionários – aqueles que conseguirem o melhor desempenho ganham uma vaga na escalação dos times que vão bater uma bola nos grandes estádios brasileiros. “A mesma mágica que fazemos com o nosso projeto está acontecendo também nos jogos customizados das empresas”, completa.

O ex-goleiro Gilmar Rinaldi é um dos grandes nomes do esporte que participa do projeto desde a sua criação, em 2003. Atleta de seleção brasileira, está acostumado a entrar em campo, mas diz se comover ao perceber a emoção daqueles que estão pisando no gramado de palcos sagrados do futebol pela primeira vez. “Essas pessoas que são lideres do ramo empresarial sempre quiseram saber como é que funcionam as coisas dentro do campo, como se muda a história de uma partida em poucos segundos. Como o futebol é um esporte coletivo, em que você depende de outras pessoas, conseguem transportar esse pensamento para o ramo deles. Sabem que se a equipe não funcionar, não basta ser muito bom, pois o time não vai pra frente”, diz o ex-jogador.

Líderes dentro e fora de campo

Os executivos próximos do projeto também acreditam que o universo esportivo tem muito a ver com o corporativo. “Quando se fala em liderar alguma coisa, se impõe também a responsabilidade”, afirma Laércio Albino César, ex-vice-presidente do Bradesco, uma das empresas que acompanha o Líderes em campo desde o início. “Líderes em Campo têm a obrigação de integrar as pessoas, fazer o relacionamento, ajudar a fechar negócios”, completa.

O coordenador de vendas e marketing da Lexus, José Luis Bruno, compartilha dessa opinião. Segundo ele, o líder tem atribuições muito importantes e “a todo momento é cobrado e tem que guiar os demais integrantes da equipe”. “Ser líder não é apenas ter uma responsabilidade a mais, é deixar um legado para aqueles que estão vindo”, finaliza. O próprio Clemente acredita que as situações dialogam. “Tanto no campo empresarial quanto no futebol, é a mesma coisa. O líder tem que ter disciplina, tem que planejar, tem que treinar e cumprir as metas. Tem tudo a ver”, avalia, completando que a sinergia entre esses dois ambientes é uma das responsáveis pelo sucesso do projeto.

Marco Nonis, diretor da unidade de chocolates da Nestlé, é outro que aprova a fórmula do Líderes em Campo. Sua empresa é uma das que se inspirou no projeto e tem usado jogos de futebol como uma plataforma de incentivo para a produção e o desempenho dos funcionários. “Para nós é muito bom, pois além do divertimento de jogar com atleta profissionais, que todos nós já pensamos um dia em ser, existe a questão de trabalhar uma relação muito com boa com quem está atuando no mercado”, diz. O executivo já atuou representando a companhia em algumas partidas durante os seis anos de participação e não esconde a sensação de jogar nos grandes estádios: “Para os que gostam de futebol como eu, é indescritível”.