Talvez o principal fenômeno desse período do isolamento tenham sido as lives.

De todos os tipos e tamanhos, para uso profissional, social, familiar ou de entretenimento, as conexões ao vivo, multidirecionadas ou não, marcaram presença nas casas e telas de todos nós nos últimos 120 dias.

Sucesso, aliás, fruto da entrada meio que forçada de uma massa de pessoas antes reticentes quanto ao uso das plataformas e a assistir a eventos, programas ou ações live no YouTube.

Adotaram. E gostaram.

A pergunta que todos se fazem, tanto aqueles que se serviram da live para uso profissional ou geração de receita quanto os demais que passaram a ter acesso a eventos que talvez não pudessem atender ao vivo por distância, preço ou por outros motivos pessoais, é: as lives vão continuar existindo?

Como tudo que diz respeito ao futuro pós-isolamento, não é possível definir com precisão se as lives irão continuar.

Nossa percepção, e hipótese de futuro, é que sim, continuarão existindo.

Em alguns momentos de maneira complementar; em outros como ponto central da oferta, principalmente na área de entretenimento. Como falamos em artigo anterior (https://bit.ly/3fq8lsp), mudamos.

Essa mudança não se restringe apenas à maneira de olhar o mundo, as pessoas, com mais empatia, mas também, e talvez com mais ênfase, mudou a nossa relação com processos e comportamentos cotidianos.

Olhando daqui de 2020 fica difícil entender o valor de pegar um avião e ir de uma cidade para outra para fazer uma reunião de 2 horas e voltar para casa no mesmo dia.

Ou montar uma convenção com pessoas do Brasil inteiro e até de outras partes do mundo num único lugar.

Embora nesse caso específico, da convenção, o contato próximo, no mesmo ambiente, com trocas mais diretas e em tempo real, seja desejável para a construção do senso de pertencimento, ainda assim, passou a existir uma nova possibilidade que mistura as duas realidades.

Ao mesmo tempo, nos tornamos globais. Quebramos barreiras e distâncias no real time. Estamos no mesmo momento, na mesma conversa, na mesma dúvida, na mesma descoberta.

Live is not dead. Com certeza.

Mas, assim como nós, também as lives irão mudar.

Com mais produção, com mais recursos, juntando externo com interno, trazendo mais pessoas para a conversa.

E essa mudança abre espaço também para novos modelos de remuneração, com novas ofertas e serviços agregados.

Live is forever.

Esse artigo faz parte da série “Sabemos que vamos mudar, mas como isso vai acontecer na prática?”, que traz reflexões, aprendizados e transformações trazidas por esse momento inédito da pandemia. O conteúdo é assinado por Marco Antonio Vieira Souto, Head de Estratégia do Grupo Artplan.