O setor de live marketing no Brasil movimentou, em um ano, de julho de 2015 a julho de 2016, R$ 43,9 bilhões. O estudo, encomendado pela Ampro (Associação de Marketing Promocional) e realizado pela SSK, ouviu 156 empresas ligadas ao setor – sendo 81% considerada de grande e médio porte, e 59% do setor de serviços. O PIB (Produto Interno Bruto), no ano passado, foi de R$ 5,9 trilhões, sendo 73% oriundo das médias e grandes empresas, e 27% das pequenas empresas.

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Segundo Denise de Cássia, diretora do Comitê de Pesquisa, Inteligência e Inovação da Ampro, a recessão teve participação nos resultados. “Quando você percebe que o ponteiro do crescimento não está mexendo, está imóvel, a saída mais palpável é fazer um investimento em live marketing”, garantiu. A pesquisa sobre o setor revelou ainda as ferramentas mais utilizadas no último ano. Em primeiro lugar, Eventos, Feiras e Congressos (77%); em segundo, Ações Promocionais (62%); e em terceiro, Marketing de Incentivo (56%). Outras ações também fizeram parte do escopo de investimentos, como as ativações (47%) e o Trade Marketing (38%).

A especialista da Ampro falou sobre a importância da ferramenta chamada Marketing de Incentivo em um momento de crise econômica. “Porque se você não vende, então o caminho é fazer incentivo para a equipe vender”, disse. “Esse número de investimento em Marketing de Incentivo se deve muito à crise”, complementou.

Denise vai além no raciocínio ao garantir que esse cenário deve se manter ainda por um tempo. “Na Europa, quando houve a crise, notamos que, por alguns anos seguintes, investimentos foram mantidos”, exemplificou Denise de Cássia.

Num mercado que vem sofrendo, há pelo menos dois anos, com a crise econômica, 31% das empresas responderam que aumentaram o uso de ações de live marketing, 29% mantiveram o investimento e 40% declararam que tiveram de diminuir.

A pesquisa sobre a atual situação do live marketing no Brasil também quis saber das empresas do setor qual a tendência para os próximos três anos. A resposta pode ser considerada otimista: 62% desejam investir mais, enquanto 31% deverão manter e apenas 7% têm o plano de diminuir. Para essas empresas, o fator de maior impacto no investimento de ações de live marketing é o aumento das vendas, seguido do relacionamento que as marcas estabelecem com seus públicos e a imagem.

ESCOLHA
Já em relação aos processos de concorrência e contratação de agências especializadas em live marketing, mais de 90% respondeu que convoca até quatro agências para os processos de contratação e, no geral, ranquearam fatores como a profissionalização da equipe, o tempo de atuação no mercado, a estrutura e os processos de suporte de ações como os mais relevantes para a contratação de uma agência. Por último, fazem a comparação dos preços.

Quais foram os fatores para a contratação de uma agência de live marketing. Profissionalização da equipe, tempo de atuação no mercado, estrutura e processos de suporte as ações, conhecimento do mercado e prazo de entrega foram os principais quesitos levantados.

Outros motivos também figuraram na lista, como expertise da agência, agilidade, criatividade, atendimento e preço.

EXPECTATIVA
Para o próximo ano, a expectativa é que o investimento aumente um pouco mais. “Baseado no dado que revelou que 62% das empresas deverão aumentar o investimento em live marketing, esperamos que a movimentação, que neste ano foi de R$ 43,9 bilhões, aumente um pouco”, disse.

De acordo com a especialista, o segundo semestre costuma, quase sempre, ser melhor que os primeiros seis meses do ano. “Geralmente o segundo semestre é mais ativo devido ao fim do ano, onde você começa a ter mais ações”, contou.

E por falar em ações, Denise citou ainda como um bom exemplo os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que terminaram no último dia 21. “As Olimpíadas ajudaram muito o mercado brasileiro de live marketing, porque retrataram, entre outras coisas, a alma do Rio de Janeiro”, exemplificou.

E Denise tem razão. A edição deste ano dos Jogos Olímpicos foi palco de muitas ações de live marketing, como a Vila Skol, realizada pela BFerraz. A Vila funcionou no Museu de Arte Moderna do Rio e teve várias atrações, como apresentações musicais.

Outra marca que apostou nesse segmento de comunicação foi a P&G. Uma das apostas da marca foi a Casa da Família, montada em um hotel em São Conrado, onde as pessoas puderam, por exemplo, usufruir de tratamentos de beleza e higiene corporal, como Pantene e Gillette.

“A diferença entre as ações de live marketing na Copa e nas Olimpíadas é que no Mundial de futebol elas eram realizadas dentro dos estádios, enquanto nos Jogos do Rio de Janeiro era possível vê-las fora dos lugares onde ocorreram os jogos”, disse Denise de Cássia.