Com diversas adaptações e a aposta em ferramentas digitais, o setor de live marketing conseguiu se reinventar durante os últimos meses em que o país enfrenta a pandemia da Covid-19. Para 2021, pelo menos por enquanto, o cenário ainda é o mesmo. Sem a aplicação de vacinas na população, as empresas continuam encarando desafios e fortalecendo a implementação do universo ‘phygital’, com o objetivo de mesclar experiências físicas e digitais em suas ações e, assim, entregar melhores soluções aos clientes e consumidores. A seguir, executivos revelam suas perspectivas para o ano que promete um segundo semestre mais agitado com a realização de grandes eventos como os Jogos Olímpicos de Tóquio, Lollapalooza, Rock In Rio, entre outros.
Celio Ashcar Jr – Sócio da Aktuellmix
“O ano de 2020 foi de reinvenção para o setor do live marketing, pois os clientes precisaram se adaptar ao formato digital. Em 2021, estaremos mais preparados. O mercado vai fluir de forma natural. Iniciaremos o ano ainda de forma digital, aos poucos migrando ao híbrido e até o final do ano teremos digital, híbrido e presencial. Nascemos e vivemos de um mercado que cria experiências. E elas podem ser realizadas de várias maneiras. Acredito que em 2021 a relação cliente e agência devem ser mais sustentáveis. No início de 2020 liderei um movimento chamado ‘Job Entregue! Job Pago!’, que foi um convite a discutir e criar uma relação mais justa entre as empresas. Algumas aderiram, outras ignoraram. Seguiremos sempre na busca de um mercado sustentável, justo e promissor”.
Fernando Guntovitch – CEO e fundador da The Group
“Considero 2020 como um ano sabático. De muita reflexão e aprendizado. Clientes e agências se aproximaram e a busca pelo resultado foi mais frutífera. O volume de trabalho dobrou e o resultado financeiro foi menor, mas tivemos a alegria de ver que o obstáculo da pandemia estimulou a criatividade. Para a temporada de 2021, continuamos à espera da vacina e do seu alcance na população para a retomada dos negócios de uma maneira ainda mais volumosa. Por enquanto ainda não temos grandes previsões, apenas muita esperança. Mas vamos ficar atentos às necessidades dos clientes, que continuam com o desafio de manter empatia, resiliência e atenção aos seus consumidores”.
Fabiana Schaeffer – Cofundadora da Netza
“O setor terá que continuar se reinventando para trazer um pouco mais do calor humano dos relacionamentos dos eventos físicos para o digital. O segredo está em como engajar os públicos para uma maior absorção de conteúdo e este impactar as pessoas por trás de uma câmera fechada e sem reações. E, claro, além das ferramentas inovadoras e também de novos perfis de profissionais, é necessário investir no pós-evento, dar continuidade e oferecer outras experiências para tocar nas pessoas além do evento. A interação do evento físico tocava na alma das pessoas. Esse será um dos principais learning para 2021”.
Marcos Pirozzelli – CEO da Accuracy
“Conseguimos tracionar boas relações para 2021 e estreitar ainda mais a relação com nossos principais clientes. Carregando todo o legado de 2020, com a digitalização de tudo, em especial trazendo força e diferencial nos eventos virtuais, assim como conteúdo para adaptabilidade nas promoções. No balanço geral, nossa expectativa é positiva. Começamos o ano com mais consistência e credibilidade pelos desafios ultrapassados, ainda que haja uma instabilidade econômica e as perspectivas do mercado não sejam tão boas assim”.
Edson Potsch – CEO e fundador da Sherpa42
“Nossas expectativas são bem positivas para 2021. Não só o nosso mercado já está totalmente adaptado, como os clientes estão voltando a investir e também aprenderam ao longo deste ano que o live marketing vai muito além de uma ativação ou um evento. Com as mudanças que nosso calendário teve, o primeiro semestre deve trazer novas oportunidades de comunicação e irá encontrar agências mais bem preparadas e um público ansioso por interagir. Já o segundo semestre, caso tudo ocorra como o planejado, deve marcar uma retomada de datas tradicionais e poderosas do live, com o carnaval previsto para julho, o Lollapalooza, Rock In Rio”.
Hebert Lacava – CEO da ACUCA
“A perspectiva é que no primeiro semestre continuaremos com as demandas dos eventos digitais e teremos solicitações de demandas de comunicação, afinal, praticamente todas as empresas tiveram que se reestruturar e refazer o planejamento de seus objetivos e metas para 2021. Inclusive, já estamos trabalhando no rebranding de alguns clientes e outros nos demandando muito conteúdo online. E esperamos que a partir do segundo semestre os eventos retomem com força total e teremos uma certa demanda reprimida. Quem estiver melhor preparado se beneficiará. E nós estaremos, pode ter certeza”.
Alexis Pagliarini – Presidente executivo da AMPRO – Associação de Marketing Promocional
“Para o setor de eventos, embora o mercado tenha se adaptado às limitações e realizado atividades online, não há dúvida que a normalidade só chegará com a imunização em massa. O mercado precisa da vacina para tranquilizar clientes e público em geral para viabilizar eventos. Até lá, o mercado seguirá fielmente os protocolos, realizando eventos de menor porte, dentro das limitações protocolares. Em resumo, a AMPRO vê boa retomada das atividades de Live Marketing desde o início de 2021, com exceção dos eventos, que ainda dependerão de um programa de imunização consistente e abrangente”.
Enricco Benetti – CCO & Partner BFerraz
“Em 2021 vamos consolidar o nosso núcleo de broadcasting, com profissionais e metodologias capazes de pensar e entregar experiências com a lente de conteúdo focada na audiência e na lógica de ‘watch time’, entendendo que deixamos de planejar eventos para entregar formatos e narrativas que possam ser assistidos. Outra aposta é o que chamamos de ‘surface experience’, ou seja, a experiência de interface em que um conteúdo será consumido, o lado interativo das narrativas propostas, a plataforma que a audiência vai engajar e na qual vai navegar. O mundo phygital, que entrega o melhor do físico e do digital, veio para ficar e ser explorado em sua máxima potência”.
Ju Ferraz – Sócia, diretora de novos negócios e RP da Holding Clube
“Para nós, as perspectivas são super positivas. Acreditamos muito que teremos um ano promissor, com novos clientes e um trabalho de verticalização muito grande com cada um deles. A nossa meta é mostrar para o mercado que somos muito mais do que um grupo de execução. Temos inteligência, estratégia e novas soluções para esse novo mundo”.
Stenio Souza – CEO da Smollan iTrade
“É possível olhar para 2021 com positivismo e entender que será um ano de muito investimento para garantir a retomada dos negócios. Por isso iremos investir no nosso capital humano principalmente no desenvolvimento de soft skills em razão da necessidade de um modelo de gestão mais voltado para as pessoas. Por outro lado, também está claro que 2021 será um ano de investimento em tecnologia para tornar a empresa mais eficiente e ágil. O serviço que pensa e atua 100% em conformidade com a realidade digital é voltado a proporcionar uma experiência humanizada entre marcas, produtos e consumidores com o foco em conversões de venda imediatas e de forma amigável”.
Marcelo Lenhard – CEO da Hands
“Vejo a pandemia como o grande divisor de águas para nossa indústria. É a oportunidade das agências do setor finalmente se provarem como players aptos ao jogo estratégico da comunicação. Na Hands evoluímos nossa oferta para o conceito de Earned media + Data Experience. Todos os projetos são desenvolvidos para a geração de dados e orientados por Analytics a favor da experiência do público e resultados dos nossos clientes. O B.I. é a grande oportunidade da nossa categoria ser finalmente considerada estratégica no meio da comunicação. Nossos principais clientes como Google e Youtube são digitais em sua essência e nos últimos quatro anos exigiram de nós uma grande transformação. Chegaremos em 2021 absolutamente preparados”.
Fernando Figueiredo – CEO da Bullet
“Clientes entenderam que fazer um evento de milhões pode ser substituído por um evento de milhar, tendo o mesmo resultado. A indústria percebeu que seu principal objetivo era vender e faltava players com este mindset. Se for fazer um evento, que seja um evento que venda. Se for veicular uma campanha on e off, que mexa o ponteiro na hora. A ativação do comércio deu lugar a ativação do e-commerce. Neste novo mundo surgiram novas oportunidades. E quem soube entregar vendas – entregar resultado é genérico demais – vai usufruir em primeiro lugar da colheita. O negócio agora é entrar em 2021 fazendo o que foi planejado e vivendo aquilo que profetizamos”.