No primeiro semestre deste ano – e apesar da pandemia –, a LLYC apresentou um crescimento de mais de 15% na receita, o que reforça a previsão de José Antonio Llorente, sócio-fundador e presidente da agência, para um plano ambicioso: “Temos um ambicioso plano de crescimento que prevê dobrarmos de tamanho em quatro anos, passando a um faturamento de 100 milhões de euros”, disse.
Além disso, em entrevista exclusiva ao PROPMARK, o executivo falou sobre a abertura de IPO e a aquisição da mexicana BESO. Além de Llorente, participou também da entrevista Thyago Mathias, diretor da agência no Brasil
Quais são as expectativas da LLYC em termos de crescimento para este ano?
José Antonio Llorente – As expectativas que temos até agora são boas. Na LLYC, temos um ambicioso plano de crescimento que prevê dobrarmos de tamanho em quatro anos, passando a um faturamento de 100 milhões de euros, para nos consolidarmos como uma das referências do setor em nível internacional. Por enquanto, nossos objetivos estão sendo cumpridos. A companhia acaba de apresentar os resultados do primeiro semestre e apresentou um crescimento de mais de 15% na receita. Já estamos em números anteriores à pandemia. O segundo trimestre foi especialmente positivo e parece que tanto o terceiro quanto o quarto trimestres seguirão o mesmo tom. Na América Latina, também notamos um aumento de negócios em países como Argentina e Colômbia. No Brasil, continuamos a ser afetados pelo impacto das taxas de câmbio quando trazemos os dados para números globais.
Vocês acabaram de realizar um IPO e de anunciar uma aquisição que posiciona a LLYC como agência de comunicação no México. Além dos números, que ofertas e expertises vocês esperam somar com a aquisição da BESO? Que impacto isso traz para a operação de vocês na América Latina?
José Antonio Llorente – A aquisição de BESO é a terceira que realizamos este ano. Antes, compramos uma empresa de marketing digital chamada Apache e a agência de criação China, ambas na Espanha. BESO é uma operação muito importante para a companhia, porque nos leva a triplicar o tamanho da LLYC no México e nos posiciona como a principal consultoria de comunicação daquele país. É uma empresa que nos complementa perfeitamente: carrega nosso DNA empreendedor e tem a mesma visão estratégica, tecnológica e criativa do negócio. As capacidades de BESO expandem nossa proposta de valor para os clientes. Sem dúvida, esta aquisição dá um impulso à nossa operação na América Latina e nos torna mais fortes. É um movimento que confirma nosso compromisso com a criatividade e a inovação como alavancas essenciais para o crescimento.
Como a atuação da BESO impacta outros mercados em que atuam, incluindo o Brasil?
José Antonio Llorente – A visão criativa e tecnológica que BESO tem da comunicação estão totalmente alinhadas com a forma que atuamos em todos os mercados, o Brasil incluído. Serviços em que BESO é referência, como data analytics, deep learning, influência e marketing online, se somam perfeitamente a nossa oferta para contribuir com a transformação e o crescimento dos negócios de empresas que desejam aproveitar todos os benefícios da nova ruptura digital. Do ponto de vista estrutural, BESO passará a fazer parte da nossa unidade Deep Digital Business (DDB), que é uma de nossas fortalezas no Brasil. Nossa equipe local de DDB já atua de forma totalmente integrada com os times globais e estamos colocando em curso uma série de iniciativas para fomentar ainda mais o intercâmbio de conhecimento, práticas e recursos entre os mercados.
Com o IPO, vocês também planejam aquisições no Brasil? Como veem a consolidação do setor por aqui?
Thyago Mathias- O próprio José Antonio já expressou publicamente que o IPO nos permite acelerar uma estratégia de aquisições. Esse movimento não começou agora. Já realizamos um processo como este antes no Brasil e a companhia está aberta e em plenas condições de realizar novas aquisições no país, sempre que encontrarmos oportunidades em empresas que compartilham do mesmo DNA tecnológico, inovador e orientado ao cliente, à obtenção de resultados voltados ao negócio do cliente, que construímos na LLYC.
Quais foram as principais mudanças na comunicação como um todo que vieram com a pandemia e que não retornarão?
José Antonio Llorente – Acredito que a pandemia mudou muitas coisas. Tornou mais evidente o quão difícil é gerir a comunicação e também mostrou que, sem ela, não é possível ter sucesso. Até recentemente, o dilema era se comunicar ou não. Agora, esta não é mais a questão. Neste momento, todos se comunicam porque os canais se multiplicaram. O segredo, então, é se comunicar bem ou, pelo menos, melhor que a concorrência. A comunicação está se tornando cada vez mais importante.
Thyago Mathias- A pandemia acelerou processos de integração e digitalização da comunicação, entendida em seu aspecto mais amplo, com todos os prós e contras que isso implica. Por um lado, derrubou algumas barreiras que eram mais psicológicas do que reais, como a necessidade estar fisicamente presente para encontros e tomadas de decisão. Por outro, essa velocidade e intensidade geraram uma fadiga que vai permitir agora um movimento contrário, de acomodação em um meio termo entre as experiências virtuais e físicas da comunicação.