O mentor de estratégia e inovação do Grupo Newcomm e presidente da Grey Brasil, Walter Longo, lançou nesta segunda-feira (10), em São Paulo, o livro “Marketing e Comunicação na Era Pós-Digital”, pela HSM Livros.
A ideia da obra surgiu a partir do sucesso da palestra sobre o mesmo tema ministrada pelo executivo. “Comecei a falar deste assunto no começo deste ano e vi que as pessoas tinham curiosidade. Então decidi escrever o livro”, explicou o autor.
A obra busca passar a nova fase em que vivemos na comunicação: a era pós-digital, que acontece cerca de uma década depois de passarmos da fase analógica para a digital. “Na era digital, as pessoas tinham fascínio e medo pelo tema. Já na era pós-digital, nem lembram como era. É semelhante ao ar, só percebem quando falta”, compara Longo. “O que era especial virou trivial. Todas as pessoas têm acesso agora, não é mais status”, diz.
Segundo o executivo, nessa nova fase, o mundo tem uma série de características diferentes. Ele destacou três delas.
A primeira é a efemeridade. As pessoas trocam tudo o tempo todo. Isso impacta nas companhias, por exemplo, com a redução na fidelidade às marcas. “As empresas tem de agir de maneira efêmera para ser perene”, afirma Longo.
A segunda característica destacada é a multiplicidade. A forma de as marcas se relacionarem com o mercado mudou. Não importam mais os veículos, mas os processos de comunicação. “Temos de mensurar as ações em sincronicidade”, ressalta, destacando justamente esta sincronicidade como terceira característica. “As pessoas não são, elas estão. Os fatos alteram os comportamentos. Temos agora não mais o banco de dados, mas um banco de fatos”, diz.
Segundo Longo, dados como classe social, idade e localização geográfica têm agora menos relevância para o consumo do que informações como se a pessoa vai ou não na academia, se está se separando ou se está em férias. “As pessoas estão nos informando sobre o que estão fazendo. Precisamos acompanhar o dia a dia delas e tomar decisões de como nos comunicar com elas”, disse.
Longo salienta que hoje existem empresas nas três eras – enquanto algumas nem chegaram ao digital, outras conseguiram alcançar o pós-digital. “Há empresas com armas digitais: tem um site, um e-commerce…Mas no pós-digital, o que precisamos, é de alma digital”, opina o executivo. “Estar ligado no 24 por 7, ter gestão colaborativa, treinar força de vendas para fazer uma pesquisa sobre o cliente no caminho e chegar lá sabendo tudo, por exemplo, são alguns indícios de que se tem a alma digital”, finaliza.