A operação da Lowe no Brasil (atualmente Mulle Lowe) e a FCB Brasil assinaram um acordo de leniência na última sexta-feira (16) com os procuradores da Lava Jato. As agências são investigadas pelo suposto pagamento de propina para conseguir contratos de publicidade na Petrobras, Caixa Econômica Federal e Ministério da Saúde.
As agências, que pertencem ao Interpublic Group, vão devolver R$ 50 milhões ao governo referentes ao lucro obtido nos últimos cinco anos com os contratos irregulares. As agências também vão fornecer às autoridades o resultado de suas auditorias internas. O material relata o envolvimento de altos funcionários da Caixa e do Ministério da Saúde e responsabiliza o ex-VP da Borghi/Lowe (atual Mullen), Ricardo Hoffmann, condenado a 12 anos e 10 meses de prisão por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Hoffmann foi demitido da agência no final de 2014, após uma auditoria interna.
Com o acordo, que ainda precisa ser homologado pela Justiça, as empresas e seus presidentes se livram de processos por corrupção.
O Grupo Interpublic afirmou por meio de nota que “o acordo entre as agências e o Ministério Público Federal no Paraná está relacionado a um ex-funcionário que violou o código de ética do grupo. Continuamos nossos esforços para chegar a um acordo com outros órgãos governamentais”.
Segundo as investigações da Lava Jato, a Lowe, que tinha as contas publicitárias da Caixa e do Ministério da Saúde, teria contratado empresas para a realização de serviços de publicidade para as referidas entidades públicas, e as orientado a fazer pagamentos de comissões de bônus de volume nas contas das empresas Limiar e LSI, controladas por André Vargas e seus irmãos, também presos e condenados pela Justiça.
Entre 2008 e 2015, a Borghi recebeu mais de R$ 1 bilhão do banco e do Ministério da Saúde, sendo que 85% do valor da verba era destinado à compra de mídia. A FCB ganhou contrato de mais de R$ 100 milhões com a Petrobras no ano passado.
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Com informações da Folha de S.Paulo