Milhares de profissionais retornam a seus lares. Mais duas ou três horas estarão em suas camas descansando, dormindo, e preparando-se para o dia seguinte. Nesse exato momento a Fedex apodera-se do aeroporto internacional da cidade de Memphis, no Tennessee, EUA. E aí… O bicho pega…
Com uma frota de 677 aeronaves, a Fedex centraliza todas as suas operações naquele aeroporto. Lá é que acontece o redirecionamento final de todas as mercadorias e documentos que lhes foram confiados para a devida entrega. Todos! De todos os lugares do mundo! A cada 90 segundos chega um avião da empresa. A cada hora é meio milhão de pacotes e documentos nos 67 quilômetros de esteiras. Todas as encomendas passam por um túnel com 30 scanners que procedem a leitura dos códigos de barra. Na leitura sabe-se o tipo de serviço contratado e o destino. A partir daí são encaminhados para a esteira certa, e, de lá, para os aviões em direção ao destino. Tudo é controlado em Memphis, a partir de Memphis. É o cérebro operacional da empresa. Dispõe de uma equipe de meteorologistas 24 horas por dia. “Se há uma tempestade de neve, um furacão, ou um tufão se aproximando, é importante a gente saber onde e quando para que possamos ajustar planos de contingências”, declarou Paul Tronsor, diretor de Operações Globais da empresa ao “Jornal da Globo”.
Corta para o Brasil, país de dimensões continentais, onde um dos maiores desafios das empresas de cobertura nacional é o da logística. A partir de um determinado tamanho, e desde que você fabrique um produto acessível a todas as classes sociais, seu maior gargalo será o de como tornar fisicamente acessível esse produto a todos os brasileiros. A cobertura total é uma impossibilidade. Mas, algumas empresas, conseguem alcançar uma cobertura de 90% de todo o território. Não é fácil, implica em grandes investimentos, mas não é impossível.
Assim, leio com atenção e entusiasmo, a iniciativa da Nestlé no tocante a logística (revista Época Negócios). Inspirada em exemplos como o da Fedex, decidiu combater o desperdício decorrente de uma logística eficiente e descentralizada, e migrar para uma logística eficaz e centralizada. Segundo a matéria: “Como cada unidade da empresa de diferentes lugares gerenciava seu transporte, havia muito desperdício. Caminhões saiam da fábrica de Araras (SP) para levar produtos até o centro de distribuição de Feira de Santana (BA) e voltavam vazios – ao mesmo tempo em que o centro chamava outros caminhões para levar carga até São Paulo… A solução foi inspirar-se no setor aéreo”.
Isso posto, a Nestlé decidiu construir o Centro de Tráfego Nestlé na maior unidade de distribuição da empresa, na cidade de Cordeirópolis (SP). Uma espécie de torre de controle onde trabalham 55 pessoas acompanhando em tempo real via satélite a partida, chegada, velocidade e os percursos de cada um dos caminhões da empresa. Da mesma forma que acontece nos principais aeroportos, como acontece com a Fedex em Memphis, quando o caminhão se aproxima já tem definido o momento em que vai “atracar” e em que doca fará o carregamento e ou descarregamento.
Iniciativa recente, um primeiro número é mais que positivo. Os caminhões que ficavam parados nas unidades, na média, 4,5 horas, hoje não ficam mais que 1 hora.
*Entre em contato com o autor no email famadia@mmmkt.com.br