No ano em que mais da metade da população brasileira ouviu rádio todos os dias, segundo pesquisa Book de Rádio do Kantar Ibope Media, o meio se reinventou e seguiu a todo vapor. Aliás, o ano de 2018 ficou marcado como o período em que o brasileiro aprendeu a “assistir” às emissoras, graças às transmissões ao vivo no Facebook e YouTube. Mas nem tudo foi fácil.
“Foi um ano realmente atípico se considerarmos Copa do Mundo, greve dos caminhoneiros e, sobretudo, período eleitoral que trouxe uma discussão muito forte sobre as notícias falsas. Isso, para nós, representou uma oportunidade de valorização do meio. Sobretudo as emissoras de rádio que representam o segmento all news”, explica o diretor-geral da Abert, Cristiano Flores.
O executivo destaca outras vitórias significativas do setor. “Tivemos a aprovação que flexibilizou A Voz do Brasil. Isso trouxe resultado direto para o radiodifusor. As rádios puderam alargar a oferta na grade de programação. A emissora que tinha um share de audiência fantástico interrompido por A Voz do Brasil pôde postergar a veiculação para mais tarde”, comemora Flores.
Para a Jovem Pan, o ano também foi desafiador, mas rendeu bons frutos. Segundo Rodolfo Negrão, diretor-comercial da rádio, a Copa do Mundo, por exemplo, foi espetacular para a emissora. “Fechamos nove cotas de patrocínio”, relembra.
Porém, o período seguinte foi complexo. “Tivemos a complicação da greve dos caminhoneiros. A eleição também mexeu um pouco com o mercado publicitário. E o número de feriados do ano também complicou um pouco. Conseguimos crescer em audiência e faturamento”, celebra.
Seu colega de trabalho, Eduardo Romero, diretor de marketing da Pan, afirma que, mesmo com todas essas adversidades, o ano foi muito bom para a rádio. “Ganhamos market share e aumentamos a base de clientes”, afirma.
Já para a Rede Transamérica, 2018 foi um ano de grandes realizações com a transmissão da Copa do Mundo na Rússia e dos grandes campeonatos nacionais e internacionais de futebol, que consolidaram a liderança de audiência da emissora no segmento de programação esportiva. “A Transamérica também aumentou a sua presença digital, investindo nas transmissões ao vivo de sua programação na internet e em suas redes sociais, ampliando ainda mais sua cobertura e facilidade de acesso da audiência”, relata Luiz Guilherme Albuquerque, diretor-superintendente da rede.
Para a CBN, o ano de 2018 foi particularmente especial. “Tivemos a inauguração dos novos estúdios e redações em São Paulo e no Rio. Renovamos a programação e ampliamos o time de colunistas. Nossa rede teve o maior crescimento de nossa história – nós fomos de 32 para 41 emissoras no Brasil todo. Estreamos a campanha Condenações, com a agência EnergyBBDO. E terminamos o ano com premiações importantes”, celebra Ricardo Gandour, diretor-executivo de jornalismo da rádio.
Fábio Faria, diretor-comercial da Rádio Mix, classifica o ano que passou como o de consolidação do posicionamento Juntos no Melhor Mix, que defende uma rádio próxima de seus ouvintes em todos os momentos, com um conteúdo diversificado e abrangente. “Entregamos para nossa audiência e para nossos clientes o que eles realmente esperam: qualificação, números impactantes e uma rede de emissoras muito significativa”, explica.
O rádio se faz cada vez mais presente nos lares brasileiros, principalmente com o acesso, cada vez maior, da internet móvel. O diretor da Abert alerta: sim, a internet é um grande aliado, mas não é só colocar uma câmera no estúdio e pronto. É preciso digitalizar os trabalhos de maneira estratégica, aumentando o share de audiência e entregando tais dados para o anunciante.
Pensando nisso, a própria Associação auxilia as rádios brasileiras – principalmente as menores – com iniciativas como o MobiAbert, aplicativo integrador de rádios do Brasil, disponível para download em Android e iOS. Além disso, a Abert também lançou, recentemente, a campanha InovAbert, promovendo rádios inovadoras de 2018.