A inauguração da The Dress Shop, loja de vestidos e acessórios retrô inspirados nos clássicos Disney, tem causado frisson entre os fãs que visitam a Walt Disney World. O novo espaço faz parte da estratégia da empresa de se aproximar dos jovens adultos, público cada vez mais relevante por seu poder de compra e de influência.
No Brasil, a área de licenciamentos voltados para o target tem crescido nos últimos anos com a popularização de ícones da cultura pop, como personagens de quadrinhos, games e animações, sobretudo, na moda.
Segundo Marici Ferreira, presidente da Associação Brasileira de Licenciamento, a saturação na área infantil impulsionou as marcas a terem novos olhos para outros nichos. Não à toa, 30% do setor de licenciamentos hoje são voltados para o público adulto. “O mercado despontou como um setor muito promissor, ampliando as possibilidades tanto de portfólio de produtos quanto de licenças”, destaca.
Recentemente, com a estreia do live action de A Bela e a Fera, a franquia movimentou os negócios de centenas de marcas que pegaram carona no sucesso do filme. Segundo Raquel Metz Scherer, gerente de marca e produto da Melissa, o licenciamento é uma oportunidade de despertar o emocional do consumidor, trazendo uma relação mais próxima. A marca é licenciada Disney desde 2005 e para este ano, apostou em coleção de sapatilhas com a temática do musical.
“Melissa procura realizar os sonhos de muitas das suas consumidoras. Afinal, que menina nunca sonhou em ter o sapatinho da Cinderella? Ou que não gostaria de poder ter seus personagens preferidos consigo no dia a dia?”, ressalta Raquel. Para Roberta Fraissat, diretora de marketing dos estúdios Disney, os licenciamentos dão às marcas a vantagem de atingir o público adulto e, de quebra, rejuvenescer sua base, ao também atingir o público infantil. Isso acontece porque a relação de fã com os clássicos atravessa gerações.
“Muitos dos adultos cresceram assistindo as animações Disney e hoje já são pais. Começa aí uma nova geração de público, com pais que voltam a viver o encanto dos filmes e estendem o sentimento para os filhos”. A executiva explica ainda que esse movimento de marcas focadas no público adulto tem se intensificado com o lançamento do live action de Alice no País das Maravilhas, em 2010.
Mas engana-se quem imagina que apenas os live action despertem o encantamento dos jovens adultos. Animações como Procurando Dory e Frozen também são recordistas de produtos. A Vivara, por exemplo, tem apostado em coleções de pingentes e pulseiras temáticas desde 2015. Florence Scappini, diretora de marketing da joalheria, explica os diferenciais desse tipo de investimento. “A Disney é uma marca querida por todos, tem grande sintonia com o brasileiro. Está consolidada no mercado por toda sua estratégia ao longo dos últimos anos”.
Atualmente, a Disney mantém 150 licenciadas nos mais diversos segmentos, como moda, higiene e beleza, artigos de papelaria, linha escolar, alimentos, entre outros. Segundo Roberta, dependo do filme, há mais afinidade com um ou outro setor. “A Bela e a Fera é o maior filme do ano até o momento e tem funcionado bem para a maioria dos segmentos. Agora começamos a trabalhar Guardiões da Galáxia 2, Piratas do Caribe 5 e Star Wars Episódio 8. O Brasil tem um dos maiores índices de awareness do mundo. É quase comparado ao dos Estados Unidos e estamos ansiosos para os próximos lançamentos”.
