Apesar da vasta experiência no mercado publicitário e da trajetória profissional com dezenas de desafios e conquistas, Marcia Esteves viveu um ano cheio de primeiras vezes.
Na liderança da Lew’Lara\TBWA desde dezembro de 2019, a executiva assumiu o cargo de CEO de uma gigante da publicidade. Já nas primeiras semanas de gestão, a indústria começava a ventilar que 2020 seria tudo, menos previsível. “Lembro como se fosse hoje: a gente acompanhando o que acontecia na Ásia e com nossos colegas da rede TBWA. Começamos a fazer um plano de contingência em janeiro com a certeza de que nunca iríamos usar. Mas nos preparamos”, conta.
De forma estruturada, a agência está em trabalho remoto desde 16 de março. Sob o combinado de que “só transitariam ideias e não transitariam pessoas”, a executiva afirma que a premissa de ter as pessoas em primeiro lugar foi mais uma vez colocada em prática. “Nossa equipe passou por esse período de forma saudável e assistida, podendo apoiar nossas marcas e clientes a atravessarem esse momento. Estivemos ao lado deles o tempo inteiro com a operação funcionando. Aprendemos muito”, explica.
A operação fluiu em forma de squads e houve novidades que ampliaram a atuação ao longo do ano. No meio de 2020, a Lew’Lara e a Integer\OutPromo, ambas do grupo TBWA, somaram expertises para impulsionar e otimizar os negócios dos clientes no varejo digital. Entre os produtos oferecidos estão o ScanR (consultoria, avaliação e auditoria da operação), a E-Place (planejar a estratégia de canais para geração de vendas), o E-Fundamentals (estratégias e desenvolvimento de conteúdos para aumento de relevância das marcas) e o Always On (gerenciamento das operações e ativações no ano).
Em um ano vivido através de telas, as marcas precisaram se comunicar assim e de forma clara, assertiva, sensível e eficiente. Marcia acredita que, diante das circunstâncias, a agência se aperfeiçoou na forma de pensar e de produzir, na agilidade para se transformar e e transformar a comunicação para acompanhar as pessoas em todos os movimentos.
Conhecida pela proximidade com os times, por se fazer presente no dia a dia da agência, Marcia conta que sentiu muita falta do contato presencial. “Foi um ano em que passamos a dar muito, muito valor a detalhes que às vezes a gente nem percebia na rotina. O abraço apertado, o cafezinho, o aperto de mão. O contato físico se mostrou como o ar que a gente respira: só sente falta quando não tem. É algo que está na lista de desejos para o ano que vem. Fazer gestão a distância foi um grande desafio. Eu gosto muito de sentar e estar com as pessoas. Às vezes, quando você vê a pessoa, como ela anda e como está agindo, você consegue ajudar muito mais”, explica.
Para driblar essa ausência, ela conta que tentou fazer conversas individuais com toda a equipe ao longo do ano, além de status semanais de toda a agência e por squads. “Pelas telas, conhecemos a casa das pessoas, a família, os bichinhos de estimação. Buscamos outras formas de aproximação. Mas, sem dúvida, não vejo a hora de poder abraçar todos”, diz.
Para manter os empregos, a agência cortou de gastos complexos aos do dia a dia. “Diminuímos toda as despesas possíveis, até impressão de papel. Tudo, menos pessoas. Não fizemos investimentos que não fossem essenciais para equipes e clientes. Não fizemos nenhum desligamento por custos. Terminamos o ano com mais pessoas do que começamos”, diz.
Também houve expansão de portfólio, com a conquista de Camil e Swift, e a consolidação das marcas de M. Dias Branco, por exemplo. “2020 foi um ano transformador em todos os sentidos. Eu só tenho a agradecer a nossa equipe, ao Luiz Lara e a todos os nossos parceiros pelo cuidado e dedicação. Saímos de um ano difícil, mas com resultados positivos e, principalmente, com saúde. Estamos prontos para 2021.”