Quintela: veia empreendedora desde quando atuava no mundo artístico

A Folha de S.Paulo e a ESPM realizaram na noite desta segunda-feira (14) mais uma edição do Arena do Marketing, programa gravado no estúdio de webradio da instituição. O convidado do programa foi Marcos Quintela, sócio de Roberto Justus no Grupo Newcomm e presidente da Y&R, a maior agência de publicidade do país. Ao lado de José Francisco Queiroz, vice-presidente de comunicação e marketing da ESPM, ele debateu o tema “Propaganda como negócio: Publicitários Empreendedores”, em programa conduzido pela jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha.

Quintela, antes de falar de publicidade, lembrou que seu lado empreendedor começou bem antes, em meados dos anos 80, quando fazia parte do grupo Dominó – banda criada pelo apresentador Gugu Liberato pegando carona no sucesso dos porto-riquenhos do Menudo. Na época, ele começou a se interessar por toda logística que havia por trás dos shows. “Como que a conta de um show em Manaus fechava, com uma equipe de 35 pessoas que ia para lá, sendo que na época uma passagem para a capital amazonense era mais cara do que para Nova York?”, disse. Depois, nos anos 90, o executivo virou sócio da apresentadora Eliana, e passou a administrar a empresa de licenciamento de produtos da artista. Sua história no Grupo Newcomm se inicia em 2004, quando foi convidado por Justus para lançar uma empresa especializada em marketing promocional. E no ano seguinte assumiu a vice-presidência de atendimento e operações da Y&R.

Queiroz, com 50 anos de experiência no mercado publicitário, onde comandou importantes áreas de grandes agências e veículos do país, atentou que este empreendedorismo, hoje, está até mais comum entre os jovens, mas nem sempre com os devidos cuidados. “As pessoas montam startups e esperam que em dois anos farão sucesso no mercado. Isso acontece com bem poucos”, afirmou.

 

Entre outros diversos assuntos além do empreendedorismo, como Copa do Mundo e o valor das marcas, os dois executivos também comentaram sobre as concorrências da propaganda brasileira, assunto que repercutiu no mercado na semana passada após uma pesquisa divulgada pela consultoria SPGA e que foi realizada com executivos das 30 maiores agências do país. E ambos criticaram a postura de alguns anunciantes que escolher seu fornecedor de comunicação baseado no custo. “O valor da publicidade é questionado quando os anunciantes tratam a concorrência como se fosse uma mesa de compras”, afirmou Queiroz. “As agências dispensam um custo muito grande em concorrências. Investimos caro em pesquisas, temos todo um trabalho de planejamento, criação e mídia por trás. E no final, alguns anunciantes levam mais em conta o custo do que todo o resto”, ressaltou Quintela.