Marketing direto, de conteúdo, de relacionamento ou de guerrilha representam estratégias com objetivo único: retorno. O marketing de legado não é diferente, mas representa mais do que isso, é o storytelling da vida real, que sensibiliza, move e transforma ambientes e trajetórias além dos negócios. É uma descoberta que todo profissional e empresa pode experimentar ao colocar em prática a narrativa do legado atrelado ao resultado.
Que marca e impacto queremos deixar; não só em termos comerciais, mas também na vida das pessoas?
Mais que explorar um mercado, marketing de legado é sobre colocar para fora o que há de melhor nas relações, e a partir disso agir em um espaço tão vasto e ao mesmo tempo tão palpável (e rentável) quanto a história que se quer construir, contar e vivenciar. Na prática, significa que:
– Agir “by the book” (seguindo unicamente regras e caminhos já conhecidos) nem sempre despertará as melhores ideias, tampouco o melhor das pessoas. É preciso experimentar novas ações, libertar-se das convenções e dar muita liberdade para todos criarem, contribuírem, acertarem e errarem também;
– Tentar prever resultados a partir de experiências passadas pode ser um grande desperdício de tempo e de criatividade. Afinal, o que parece ser difícil ou impossível é apenas uma questão de ponto de vista. Desprender-se de pré-julgamentos é um ponto de partida mais interessante, mais desafiador e, evidentemente, mais transformador;
– Valorizar a essência das pessoas antes de fazer uma marca ser reconhecida nos quatro cantos do mundo é mais importante do que voar alto sem base sólida para aparar. Trata-se sobre solidez de reputação;
– Mirar cegamente as grandes marcas, ações épicas e estruturas densas, talvez limite percepções sobre o que está acontecendo de forma brilhante hoje, agora, e com o que se tem dentro de casa; e que pode se tornar o benchmarking da vez. Ter referências é bom, mas não se apegar a elas é melhor;
– Fazer melhor com o que se tem hoje é mais valioso do que fazer mais do mesmo com abundância de recursos de todos os tipos. Isso significa que todos somos capazes de surpreender com o que temos em mãos. Inclusive, a inovação encontra terreno fértil em cenários desafiadores;
-Trabalhar para construir uma marca potencialmente forte não tem nada de errado, desde que não se deixe de lado o prazer de viver cada ação intensamente – também dando resultados, para todas as partes envolvidas.
Marketing de legado está longe de ser uma estratégia mirabolante. É sobre viver cada ação como única, sendo ela a primeira ou a última. É sobre ser “o primeiro dia” todo dia: na entrega, na ambição, na emoção, em tudo.
É uma trilha para o profissional que atua em alerta às reações que esse formato de entrega é capaz de gerar, e um caminho valioso para a empresa que reconhece e aposta no impacto que esse tipo de marketing pode alcançar.
Luciana Nogueira Silva é gerente de Marketing e Comunicação Corporativa na One7