Com o acesso restrito ao varejo físico nos últimos meses, o público precisou aderir às compras online para obter os seus produtos. Segundo o estudo ‘E-commerce na Pandemia’, realizado pela plataforma Nuvemshop, o comércio eletrônico conquistou lojistas, consumidores e encerrou o primeiro semestre com alta de 145% nas vendas, em relação ao mesmo período de 2019.
A pesquisa também trouxe dados interessantes sobre a expansão geográfica do consumo. Afinal, muitos brasileiros realizaram a sua primeira compra digital neste período. Entre os estados que mais se desenvolveram estão: Acre, com um aumento de 951%; Rio Grande do Norte, com 416%; Rondônia, com 409%; Sergipe, com 373%; e Alagoas, com 340% de crescimento. Já no Sudeste, o Espírito Santo obteve o maior aumento com 236%, seguido por Minas Gerais, com 213%, Rio de Janeiro, com 154%, e São Paulo com 96% de aumento em vendas.
Com a alta procura, diversas empresas decidiram ampliar os seus negócios e apostaram na plataforma de marketplace. Em julho, a Vivo apresentou aos consumidores a ‘Loja da Vivo’, que traz diversas ofertas de produtos e serviços que vão da fibra à geladeira.
“Além de criar novas fontes de receitas para a empresa, estamos seguindo o nosso propósito de digitalizar para aproximar. Estamos contribuindo com a digitalização da sociedade, que cada vez mais está demandando por serviços e soluções digitais. Com a Loja Vivo, ampliamos nosso portfólio digital que agora inclui smart TVs, smart home, notebooks, lâmpadas inteligentes, aspirador robô, drones e muito mais. Este é mais um passo da Vivo para se tornar um one stop shop, oferecendo os itens das marcas mais desejadas do mercado e que se conectam ao negócio e propósito da empresa”, comenta Henrique Duda, diretor de canais digitais da Vivo.
Ainda segundo o executivo, para reforçar o conceito #TemTudoNaVivo, a marca fechou parceria com marcas globais e nacionais como Samsung, Electrolux, Sony, LG, Oster, Xiaomi, Philco, Intelbras, entre outras. “As empresas selecionadas dialogam com a propósito de contribuir com a digitalização da sociedade, oferecendo os produtos mais inovadores de mercado. Contamos também com pesquisas e estudos da nossa área de Digital Analytics que apontam tendência e mostram o que de fato nossos clientes estão procurando”, diz.
Com um caráter complementar ao seu e-commerce, a C&A implementou o seu marketplace há três anos com apenas cinco sellers, sendo o maior deles a The Beauty Box, que pertence ao Grupo Boticário. Mas foi neste no mês de junho deste ano que a companhia resolveu fortalecer a plataforma e criou a ‘Galeria C&A’, que atualmente traz mais de 80 sellers em diferentes categorias como eletrônicos, decoração, jóias, brinquedos, entre outros.
“Esse novo modelo nasce a partir dos desejos e necessidades de compra dos brasileiros e da referência e credibilidade que a C&A já possui, transformando nosso e-commerce em um espaço de vendas completo, que vai muito além do look. Na Galeria C&A, a cliente encontra a moda da nossa marca que ela já conhece, assim como um amplo e novo sortimento de artigos para casa e decoração, brinquedos, produtos de beleza, artigos para pet, jóias, games, eletroeletrônicos e muitos outros, todos aderentes e complementares aos nossos produtos”, ressalta Fernando Guglielmetti, head de e-commerce e digital da C&A Brasil.
Gerenciar e trabalhar com inúmeros parceiros também traz grandes desafios para as empresas que apostam neste negócio. Afinal, de quem é a culpa quando um problema de logística acontece? Do dono do marketplace ou da loja parceria?
“Ao escolher um parceiro, selecionamos empresas que tenham boa reputação no mercado e que cumpram requisitos primordiais para a C&A, dentre eles, logística estruturada. Nós acompanhamos de perto todo o processo de pós venda de nossos parceiros para garantir a satisfação da cliente. Trabalhamos em uma relação muito próxima para reduzir quaisquer chances de problemas e erros, e tornar a experiência de compra pela plataforma muito mais integrada e satisfatória. Em não abrimos mão da qualidade na experiência do cliente seja no serviço prestado, atendimento e curadoria dos produtos”, reforça Guglielmetti.
Concorrência
Com a chegada de novos players ao mercado, a B2W Digital, que detém marcas como Americanas, Submarino, Shoptime e Sou Barato, implementou novas ferramentas em seu modelo híbrido de plataforma, que combina vendas diretas, marketplace e serviços. Entre as novidades está a criação do ‘Marketplace Local’, no qual os lojistas se cadastram gratuitamente para realizar a venda online pelo site ou app Americanas e entregam o pedido em até duas horas aos clientes da região.
“O objetivo do serviço é beneficiar diretamente os empreendedores de micro e pequeno portes, que podem realizar entregas na vizinhança onde está localizada sua loja e, com isso, fidelizar os clientes. A criação do Marketplace Local também permitiu acelerar a nossa entrada em novos segmentos que possuem alta frequência de compra, como o lançamento da categoria de restaurantes, que já conta com importantes redes de fast food conectadas, como Mcdonald’s e Bob’s. Além disso, ao longo do último trimestre, fizemos diversas parcerias para conectar cada vez mais lojistas na plataforma, incluindo Ale Combustíveis, Ancar Ivanhoe, BRMalls, BR Mania, Delivery Center, Multiplan, entre outras”, comenta Jean Lessa, diretor da B2W Digital.
Para Abel Ornelas, COO da Via Varejo, a concorrência é observada de forma positiva. “Iniciamos o terceiro trimestre com um olhar focado no marketplace de nossas três marcas Casas Bahia, Pontofrio e Extra.com. Percebemos que, assim como no mundo físico, os vendedores online estão entendendo que é muito mais econômico vender em um marketplace. Com isso, orientamos nossos parceiros em suas vendas, desde a integração com a plataforma, processos financeiros e logísticos até no sentido de que quanto mais informações do produto, descrições claras e fotos nítidas mais fácil será para atrair o consumidor”, diz.
Certos de que o marketplace é uma realidade sem volta para os grandes varejistas online que buscam ter mais ofertas e crescer no e-commerce, a Via Varejo aposta em um sistema de logística próprio, ferramentas tecnológicas e promocionais mais rápidas. “Em publicidade digital, temos uma área de Ads em reestruturação para oferecer mais oportunidades de exposição para todos os nossos sellers. Além disso, nos grandes eventos de mercado, como Semana do Consumidor, Black Friday e outros, disponibilizamos as nossas ações promocionais para os lojistas aproveitarem as nossas campanhas e grande visita para vender mais produtos”, salienta Ornelas.
Perspectivas
Com a proximidade do final do ano, datas como Black Friday e Natal, que costumam movimentar o varejo, são esperadas com otimismo pelas empresas, que trabalham para oferecer melhores experiências aos consumidores.
“Certamente nestas datas teremos mais ofertas a partir da entrada de grandes marcas previstas para as próximas semanas. Além disso, a Loja Vivo já nasce absorvendo cerca de 60 milhões de visitas mensais do site e app Meu Vivo. A pandemia mudou os hábitos dos clientes e a internet se tornou a única ou melhor alternativa para a maior parte do varejo brasileiro. Acreditamos que essa tendência se manterá, com impacto positivo em nossa performance durante o período de Black Friday e natalino”, comenta Duda.
Já Lessa, finaliza reforçando que a B2W Digital segue comprometida em oferecer a melhor experiência do e-commerce brasileiro. “No segundo trimestre de 2020 atingimos a maior venda da história da B2W, superando os resultados alcançados no quarto trimestre de 2019, período que concentra os grandes eventos de venda, como Black Friday e Natal. E sinais mostram que as vendas continuam acelerando. Mesmo diante da reabertura gradual do varejo físico, as vendas em julho e início de agosto de 2020 seguiram em ritmo acelerado, sem sinais de desaceleração para os próximos meses do ano”.