O mote da nova campanha da MasterCard é direto: “Não é mágica, é inteligência”. O objetivo é mostrar ao consumidor que o uso do cartão de crédito tem suas vantagens: o controle dos gastos é um exemplo. A ação, feita pela WMcCann, tem um mágico como protagonista, que vai mostrando o quanto é bom e rápido utilizar o cartão. A campanha estará presente nas principais mídias. “O nosso principal concorrente não são as bandeiras, e sim o dinheiro”, conta
A MasterCard lançou uma nova campanha na última sexta (22). Onde a marca pretende chegar com ela?
A gente vai abordar, nesta nova campanha, o consumidor em geral, que é a grande parte da nossa base. Vamos falar de todos os benefícios que a MasterCard pode oferecer a esse consumidor e muito embasado naquilo que a gente começou a entender por meio de diversas pesquisas de informações. Por exemplo: quais são os medos e os anseios do consumidor e como a gente poderia ajudá-lo? Nós percebemos que muitas pessoas têm medo de utilizar o cartão por conta de perder o controle. Então, nós estaremos falando sobre isso. Também percebemos que existe um mal estar em passar o cartão no crédito quando o valor é baixo. Por isso, vamos mostrar que também é legal passar valores baixos no crédito, como uma água. Por que não? Isso é prático e ajuda a controlar, porque, quando você tem dinheiro, ele vai embora. Agora, no cartão, é diferente. Usando de forma consciente, claro, você consegue controlar.
E como será essa campanha?
Ela será um mix bem interessante de mídia. Vamos estar nas principais emissoras de televisão, no rádio, nos jornais e na internet. É uma comunicação bem 360 graus. Também iremos trabalhar com os nossos parceiros e nos bancos. A gente está usando um conceito de mágico. E o nosso posicionamento diz que não é mágica usar um cartão, e sim, inteligência. Por isso, a gente criou um personagem que é um mágico moderno, bem atualizado, e ele está sempre mostrando as vantagens de usar o cartão. A WMcCann é a nossa agência global, ela ganhou a concorrência quando lançamos a campanha “Não tem preço”. Aliás, foram eles que trouxeram esse conceito para o Brasil. A “Não tem preço” começou com um filme nos Estados Unidos e, hoje, essa campanha já está em diversos países, praticamente no mundo inteiro. Usamos a mesma campanha.
Essa nova campanha, então, é uma evolução da “Priceless”?
Sim, é uma evolução. O Brasil tem tido um papel muito inovador na campanha “Não tem preço” porque estamos muito à frente no aspecto inovador. Isso porque a gente utiliza um conceito, que é global, das emoções, mas a gente também cria muita coisa aqui. E sempre olhamos para o ponto de vista do Brasil e dos brasileiros. Nós brincamos que estamos tropicalizando todos os conceitos para o brasileiro. Já há muito tempo estamos trazendo inovações. Começamos, por exemplo, a conversar com o consumidor, quando ainda estava se iniciando toda essa onda de redes sociais, e perguntar coisas que, para ele, não tinham preço para nos trazer novidades. Depois, fizemos uma plataforma de lealdade, o Surpreenda, que é o ato de você comprar e surpreender alguém. Isso é muito importante para nós e uma inovação no mercado. Existe a plataforma de viagens, mas que você precisa juntar muitos pontos para conseguir. Agora, na plataforma Surpreenda, você consegue, com cinco pontinhos, por exemplo, trocar por um sorvete da Häagen-Dazs. Então, é uma coisa que ficou bem mais popular e que muitas pessoas tiveram acesso. Estamos sempre inovando e fazendo isso com o conceito “Não é mágica, é inteligência”. Ainda neste ano, teremos outros desdobramentos.
Agora, falando sobre Copa América, da qual a MasterCard é patrocinadora, quais são as expectativas para a marca?
Já somos patrocinadores há bastante tempo da Copa América. Trata-se de um patrocínio superimportante para a marca porque envolve toda a América Latina, que é bem fanática por futebol, além de ser um campeonato muito expressivo dentro do calendário mundial. No Chile, por exemplo, estamos trabalhando fortemente onde vão acontecer os jogos, com atividades em shoppings com o tour da taça, como está acontecendo no shopping Center Norte, em São Paulo, e trabalhamos isso na Argentina também. Criamos a oportunidade para as pessoas de tocarem no troféu, o que normalmente não acontece, mas conseguimos uma autorização com a organização para que isso fosse possível. Esse tour da taça é para todos irem ver, mas, para quem tem MasterCard, haverá algumas vantagens, como acesso diferenciado. O mesmo vale para quem estiver inscrito no programa Surpreenda, que ainda poderá ganhar alguns brindes.
Quais outras ações referentes à Copa América vão acontecer?
Em relação à Copa América propriamente dita, não tem mais uma ação adicional. Mas, como nós somos patrocinadores da seleção brasileira, trabalhamos muito com a seleção e vamos estar surpreendendo muito as pessoas. Há a plataforma Surpresas Não Têm Preço, que já existe há muito tempo e está no mundo inteiro, onde você começa a surpreender as pessoas em conjunto com as suas paixões. Então, produzimos um vídeo onde mostramos o treinador de um time amador do Rio de Janeiro que tem uma paixão pelo técnico Dunga. Durante as entrevistas prévias para o vídeo, ele mesmo confessou que era fanático pelo treinador da seleção brasileira. Aí nós resolvemos convidar o time dele, falando que ia jogar contra outra equipe. Então, providenciamos um ônibus que levou o time para a Granja Comary, em Teresópolis (RJ). Lá eles entraram no vestiário e viram todas as camisas prontas, com o nome de cada jogador atrás. Mas a melhor parte foi a surpresa para o treinador, já que, enquanto ele estava conversando com o time, o Dunga entrou e fez uma grande surpresa. Esse vídeo foi ao ar na última terça-feira nos canais online da MasterCard. Essa mesma plataforma já foi realizada nos Estados Unidos com o Pharrell Williams, por exemplo. Mas também já fizemos com coisas menores. Na época dos amistosos de futebol, a gente pegava as pessoas que estavam assistindo aos jogos em bares perto do estádio, identificava quem ia pagar a conta com MasterCard e levava para assistir ao segundo tempo dentro do estádio. A gente também teve uma ação no Tomorrowland. A pessoa estava lá e, de repente, ganhava um brinde, um boné, um jantar ou passeio de helicóptero. Então, desde coisas grandes até essas menores: estamos sempre lembrando as pessoas de que vale a pena andar com o cartão MasterCard.
Como está sendo essa parceria com a seleção brasileira?
Apesar dos 7 a 1 para a Alemanha… (risos) Lógico que a gente queria que ganhasse sempre, mas também sabemos que é impossível. Futebol é um esporte e, no esporte, a vitória, assim como a derrota, faz parte. Mas, como patrocinadores, temos que estar juntos, seja qual for a situação – é um casamento. Em momento algum vamos deixar de apoiar a seleção. Agora, em relação à Copa América, vai ser uma parada dura, porque tem muitas seleções boas. Mas o time do Brasil vai vir querendo jogar para ser campeão.
E em relação à estratégia, o que a MasterCard espera ganhar?
Esperamos ficar mais próximos do cliente, das paixões do consumidor. Então, essa associação com o esporte, com o futebol, é uma oportunidade para oferecer experiências bacanas para os fãs do esporte. Tudo isso tem um valor muito legal para a marca. O Marcelo Sallas, ex-jogador da seleção chilena, vai ser o nosso embaixador. Vão ter grandes oportunidades para que pessoas estejam com ele, além de uma série de outras oportunidades para que algo semelhante aconteça. Ao mesmo tempo, a Copa América abre chances de ações promocionais que serão realizadas em diversos shoppings das cidades-sede da competição. Os bancos também farão parte disso. Estamos levando bastante gente para assistir a Copa América. Ou seja, você movimenta muitas pessoas: dos estabelecimentos ao consumidor final.
No ano que vem teremos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. A MasterCard está planejando alguma ação específica para o evento?
Não, as Olimpíadas não são o nosso foco. A princípio não temos nada programado. Por isso, vamos continuar apoiando a seleção brasileira enquanto ela estiver em campo. Não faz parte da nossa estratégia fazer marketing de guerrilha. Nós já temos plataformas muito consistentes e, por essa razão, não precisamos brigar no território alheio. Vamos fazer bem o nosso trabalho e pronto.
Quantos bancos estão alinhados com a MasterCard no Brasil?
Acho que temos mais de 25 bancos no Brasil emitindo cartões da MasterCard. Então, é uma parceria muito grande e a gente tem uma liderança bem grande no mercado.
Isso vale também em relação ao concorrente?
Diria que estamos lado a lado com o concorrente. Algumas leituras dizem que sim, que estamos à frente, outras dizem que estamos quase. Mas estamos muito bem, estamos crescendo. O nosso principal concorrente não são as bandeiras, e sim o dinheiro. Temos uma oportunidade enorme de ter várias pessoas usando o cartão. Essa educação de usar mais o cartão de crédito é um pouco do que buscamos nessa nova campanha, que é estimular as pessoas a usarem melhor o seu cartão, como uma forma de gerir o seu dinheiro.
E como a tecnologia está no dia a dia da marca?
Atualmente, nós somos mais uma empresa de tecnologia do que uma empresa de cartões, porque o cartão hoje está no plástico. Mas o que de melhor temos é a tecnologia que está por trás e que faz com que o cartão consiga passar na padaria ou em outro lugar, por exemplo. É a segurança que existe por trás de cada cartão.
O cartão um dia vai deixar de existir?
Não sei se ele vai deixar de existir um dia, existe muita discussão no mercado em relação a isso. Mas eu acho que ele começa a ter outras formas de utilização. Então é o cartão físico, é o celular, é a transferência. Você começa a ter outras formas. É a mesma coisa que a televisão, que não sumiu por conta da internet. Tem gente que vai continuar usando. A transação por celular é mais lenta que uma transação feita por rede. Então, conforme o tipo de estabelecimento em que você estiver, o cartão funcionará melhor. Dependerá muito do meio em que você estiver inserido.
Qual é a expectativa para o segundo semestre deste ano?
É um ano que está difícil para todo mundo, a economia está bastante complicada, mas eu acredito que, para o mercado de cartões, continuaremos crescendo acima da média. Isso porque muita gente está usando. Acredito que o cartão vai continuar numa crescente, mas não naquela que estava vindo, com 16%, 17%, ao ano, talvez esse crescimento aconteça numa escala menor, mas ainda crescendo dois dígitos. Isso não deve mexer, porque abrem-se muitos estabelecimentos que começam a aceitar o cartão. A tendência é que as pessoas comecem a usar com mais frequência.