Chairman do Publicis Groupe, Maurice Lévy se prepara para uma tarefa difícil no novo cargo de CMO da WeWork, função que irá compartilhar com suas atribuições no grupo francês de publicidade por algumas semanas ou até meses, conforme ele já revelou.

Segundo o Financial Times, a prioridade de Lévy será conter o fluxo de notícias ruins sobre a WeWork, que demitiu 2 mil funcionários em outubro, e teve US$ 905 milhões de prejuízo no primeiro semestre de 2019, além da redução de valor de mercado de US$ 47 bilhões para menos de US$ 15 bi. Outra prioridade é reorientar os esforços no negócio principal.

“Há uma situação de emergência em que é necessário ajudar por algumas semanas ou meses. Temos a estratégia certa, as pessoas certas e devemos colher os frutos rapidamente”, afirmou Lévy (77) ao FT. Ele reforçou que procuraria recrutar uma nova equipe de marketing para assumir o comando quando ele partir.

“Temos a estratégia certa, as pessoas certas e devemos colher os frutos rapidamente”, disse Lévy ao FT Crédito: Divulgação/Publicis



Há uma crença entre funcionários do WeWork de que o problema da empresa não passa pelo marketing e sim pelo modelo de negócios que ainda precisa mostrar um caminho para lucrar.

Em comunicado divulgado na semana passada, além de nomear Lévy, a WeWork prometeu introduzir medidas para lucratividade ajustada, abandonando um modelo de negócios que muitos analistas do setor questionaram, em favor de acordos de gerenciamento de propriedades de menor risco.

Acredita-se que o plano de Lévy seja reposicionar uma marca que, como lembra o FT, alegava estar “elevando a consciência do mundo”, como uma fornecedora aspiracional de espaços de trabalho, sempre com alto luxo. Caberá à rede Publicis e Lévy reconstruirem a credibilidade da WeWork. “Esta é uma história do espaço como serviço e sobre transformar a maneira como as pessoas estão trabalhando ”, resumiu Lévy ao FT.