Criada há pouco mais de um ano e com 1.050 unidades lançadas, das quais 90% comercializadas, a MaxHaus não quer as limitações do mercado imobiliário, na expressão do seu presidente, o executivo José Paim de Andrade, um dos fundadores do Plano 100, ação mercadológica que vendeu cerca de 20 mil apartamentos na década de 90  em São Paulo, quando ainda era sócio da Rossi. Na nova empresa, quer sair do modelo arquitetônico datado da década de 50 no qual varanda, sala em L, espaço para serviço e dois dormitórios se transformaram em commodities.

A MaxHaus propõe design arrojado e, sobretudo, a possibilidade permanente de alteração do ambiente. Para isso, fios e encanamentos são aplicados sob o piso, permitindo que em no máximo quatro dias o banheiro possa ser transferido para outro lugar e a cozinha idem. Tudo on demand, customizado com o olhar do cliente.

No último domingo (18) a empresa lançou seu primeiro comercial de televisão, seguindo a linguagem gráfica dos anúncios polêmicos que costuma veicular nos principais jornais de São Paulo, criação da Talent, sua agência desde abril, após breve relacionamento com a W/. A MaxHaus não utiliza os classificados nos seus planos de mídia, mas capas de cadernos como a Ilustrada, da Folha de S..Paulo. “Tem gente que encontra soluções para coisas com problemas. E tem gente que encontra problemas para coisas solucionadas. Este somos nós”, diz um dos anúncios, sempre com fundo preto e all type. O conceito é “More na sua época”.

“Na metade do século passado, com o fenômeno migratório do interior para as grandes cidades, as pessoas compravam um imóvel e investiam em bens pessoais de longa duração, como a camisa volta ao mundo, calça de Nycron, Fusca, sapato Passo Doble ou Vulcabrás etc. Hoje, a sociedade é outra e seus hábitos também. O lar passou a ser um estilo de vida. Nossa proposta é sair da arquitetura convencional e buscar a solução do cliente em espaços de 70 metros quadrados, mas com sua orientação. O mundo mudou, mas o mercado imobiliário está atrasado. Estamos na era do iPod, da valorização do indivíduo e da autoexpressão. É natural que a tendência da customização chegue ao lugar onde as pessoas moram”, justificou Paim. “Os elevadores do MaxHaus têm números grandes e os andares podem ser acionados pelo sistema touchscreen, com som MP3, as janelas são de vidro duplo, para evitar barulho, com desenho exclusivo, e as portas têm investimento de R$ 1 milhão, criação da Nós Design, projeto que ganhou Ouro no Idea 2008 na categoria tecnologia”, ele acrescentou.

O conceito de arquitetura aberta agregou à empresa um diferencial cunhado pelos próprios consumidores, que não chamam seus projetos de imóveis, mas de MaxHaus. Cada unidade lançada pelo grupo é dotada do Café Max, inspirado na rede inglesa Pret a Manger, e espaço com wireless para que os moradores possam trabalhar sem precisar enfrentar trânsito.

por Paulo Macedo