A McCann Erickson está consolidando processo de novas práticas organizacionais para torná-la mais moderna, ágil e conectada no mercado brasileiro. O objetivo é do executivo Fernando Mazzarolo, que passou a ser presidente único da agência com a saída de Adriana Cury com quem dividia a função. O diretor de criação Luiz Nogueira, do escritório do Rio de Janeiro, também deixou a McCann na semana passada e 35 profissionais foram demitidos.
O perfil que a McCann vai perseguir reflete trabalho coordenado pela consultoria norte-americana Farmer & Co que “recomenda alteração de seus quadros, investimentos em processos de inovação, realocação de recursos e a melhoria dos processos de identificação de oportunidades de negócios”. O processo de modernização da McCann não contempla a liderança do ranking de faturamento das agências, posição que a agência da holding Interpublic ocupou por mais de uma década. O objetivo “é ser a número um na cabeça dos clientes”.
Mazzarolo ainda não tem um nome definido para comandar a área de criação. E também não tem pressa na definição, embora esteja conversando com profissionais.
“Certamente não serei eu”, brinca ele que já montou um board com cinco diretores de criação para suprir as necessidades da agência. O board é formado por Milton “Cebola” Mastrocesário, Paulo Sanna, Eric Sulzer, Roberto Cippolla e Eduardo Hernandes.
A nova McCann também vai intensificar o modelo de remuneração baseado no Sucess Fee, que confere bônus para resultados de campanhas e volume de vendas. Outra alteração será na área de planejamento. O vice-presidente desta área, Aloisio Pinto, passa a ser subordinado diretamente à presidência da McCann e não mais à criação.
“Estamos quebrando esse vínculo. O planejamento vai estar antes de tudo. Já conversei com nossos clientes e vamos definir briefing e plano de mídia antes da criação. Com isso poderemos propor formatos diferenciados para as ações de comunicação. A fragmentação da mídia, aonde o consumidor é atingido e as marcas construídas por uma infinidade de pontos de contato, no que diz respeito à comunicação, faz com que as agências tenham que atuar e se configurar de forma diferente do que tradicionalmente acontecia. É para isso que estamos nos preparando”, explicou Mazzarolo.
O Sucess Fee, na expressão do presidente da McCann, define nova forma de relação entre agência e cliente. “Nosso papel fica mais definido e também o tipo de trabalho a ser entregue. Não ficamos de olho nos investimentos em mídia e isso interfere positivamente no relacionamento com os anunciantes. Estamos buscando uma forma de trabalho mais alinhada com o que as agências de publicidade precisam hoje e vão precisar cada vez mais no futuro. “Nos últimos anos houve transformações no relacionamento entre cliente e agência e estamos atentos a isso”, disse. “Existe uma participação grande do sistema de remuneração por fee, pois temos muitas contas internacionais na nossa carteira de clientes. O fee está em linha com a filosofia de trabalho da agência que é acreditar que o nosso sucesso é reflexo do êxito das marcas dos nossos clientes”, ele acrescentou.
A McCann Erickson distribuiu comunicado para oficializar as alterações. No documento, a agência disse que “possui 350 funcionários no Brasil, administrados desde o ano passado por um departamento de Recursos Humanos mais estratégico, que está implantando novas políticas de valorização de seus talentos”. “A McCann é uma agência que está em um processo estratégico de renovação e usará a sua eficácia, valorização de seus talentos, qualidade dos serviços e otimização dos custos a serviço da inovação e criatividade, vitais para nosso negócio”, finalizou Mazzarolo.
Por Paulo Macedo