Mc Donald’s, C&A, Marisa, Mattel e Igui World são investigadas por possível publicidade abusiva direcionada a crianças e adolescentes. A investigação será feita pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), órgão ligado ao Ministério da Justiça, que publicou processo administrativo no Diário Oficial da União, nesta quarta-feira (16).
A investigação sobre o McDonald’s é relativa aos shows do palhaço Ronald McDonald, símbolo da rede de fast food, em creches e escolhas públicas e privadas. A denúncia foi feita ao ministério pelo Instituto Alana. O argumento é que a visita do palhaço às escolas tinha objetivo mercadológico e não educativo, o que poderia influenciar nos hábitos alimentares dos alunos. Em nota, o McDonald’s afirmou que não há interesse comercial na atividade nem a intenção de promover os alimentos vendidos nas lojas.
No caso da C&A, o DPDC apura irregularidades na campanha “Papai-Mamãe Não!”. Nos encartes distribuídos na rede, havia posições sexuais do livro “Kama Sutra”. Segundo a denúncia do Instituto de Defesa do Consumidor, “a campanha estimularia a juventude a comportamento sexual irresponsável e denegria valores familiares”.
A C&A argumentou ao órgão que a campanha não desrespeitou qualquer norma legal nem violou a moral ou a instituição do casamento. A empresa informou que a campanha do Dia dos Namorados começou a ser veiculada em 29 de maio de 2008 e foi retirada de circulação em 6 de junho do mesmo ano, por determinação do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária).
Em relação à Marisa, a investigação diz respeito à comercialização de camisetas infanto-juvenis com a frase “Great rapers tonight” (“Ótimos estupradores esta noite”). Uma letra “p” subtraída fez com que a frase ficasse obscena, em vez de “Great rappers tonight” (“Ótimos rappers esta noite”). Ao DPDC, a varejista disse que tomou conhecimento do erro em 29 de outubro de 2013 e tomou providências imediatas para a retirada das camisetas das lojas.
Já a Mattel é investigada por incentivo à violência e a Igui World, por campanha com erotização e comportamentos machistas. As empresas têm dez dias para apresentar as defesas, segundo o processo do DPDC. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.