Uma das principais características das grandes metrópoles é sua engrenagem baseada no funcionamento 24 horas. Não à toa, Nova York é considerada a cidade que nunca dorme, posto dividido com São Paulo. Justamente por isso, a cidade brasileira foi escolhida para abrigar o projeto sobre insônia da farmacêutica Medley, do grupo Sanofi.
A companhia inaugurou, na semana passada, um hotel do sono, ambiente dedicado a promover educação sobre qualidade de vida. No Brasil, quatro em cada dez pessoas sofrem com algum sintoma relacionado às dificuldades de dormir, mas apenas 13% buscam ajuda de profissionais da saúde. Funcionando como grande centralizador de conteúdos interativos sobre o assunto, o espaço abrigará, até o dia 24 de julho, workshops e aulas gratuitas de meditação e ioga, além de palestras com dicas de alimentação.
“A insônia é pouco diagnosticada porque as pessoas estão dormindo cada vez menos. Vimos, então, uma oportunidade de para orientar as pessoas, em parceria com a Associação Brasileira do Sono. Nem sempre é preciso tratamento com medicamento. Alguns cuidados simples podem ajudar muito. O hotel foi a forma que encontramos para dividir essa educação, baseada em ciência por meio da classe médica”, explica Carlos Aguiar, diretor de negócios da Medley.
Como parte da estratégia do projeto, além de um vídeo no digital e uma plataforma de conteúdo na internet, a ativação também é feita com influenciadores, que poderão se hospedar no hotel e dividir com seus seguidores a experiência vivenciada por eles. “A gente se deparou com um problema do cliente e a solução transcendeu uma campanha publicitária. Construímos o hotel para, a partir dele, gerar curiosidade sobre o tema. Em vez de contar uma história, criamos um hotel de verdade na cidade que nunca dorme para chamar a atenção sobre a importância do sono”, destaca Pipo Calazans, CEO da New- Style, que assina a criação do projeto.
A indústria farmacêutica não costuma ser muito disruptiva, até por uma questão legislativa, já que são proibidas campanhas publicitárias sobre medicamentos que necessitem de prescrição médica.
O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) também tem regras específicas para orientar o trabalho publicitário para essa indústria. Para Aguiar, o projeto é especial porque envolveu esforços de todas as áreas para garantir diretrizes de compliance em todo o processo. “Conseguimos trazer inovação com responsabilidade. Em nenhum momento eu falo de marca, porque preciso ser coerente com a indústria em um momento de não incentivar a automedicação. É papel da indústria essa conscientização, mostrando que com pequenas mudanças as pessoas podem ter um impacto positivo na saúde delas”.