Alguns dos principais líderes empresariais do país estão reunidos neste sábado (17), no Hotel Sofitel Jequitimar, no Guarujá, para participar do 6º Fórum Lide do Varejo, uma iniciativa do Lide (Grupo de Líderes Empresariais) e realizado pelo Grupo Doria, com o propósito de debater os desafios, estratégias e o futuro do setor.

“O fenômeno da conectividade e a capacidade de empoderamento dos consumidores, que atualmente podem consultar produtos, preços e tomar suas decisões pela internet, ou, até mesmo dentro das lojas físicas, chamam a atenção do setor. Vemos aqui como a tecnologia pode turbinar os negócios tradicionais”, comenta Luiz Fernando Furlan, chairman do Lide.

Alisson Fernández

Para Marcilio Pousada, presidente da Raia Drogasil, o Brasil está envelhecendo e este novo consumidor vai gerar uma nova forma de atendimento. “Toda a cadeia varejista vai precisar se adaptar a este novo modelo. O digital trouxe um rastro gigantesco de dados e nós ainda não sabemos utilizá-lo da melhor maneira. Com a internet o cliente quer entender melhor a marca e conhecer os produtos. Acredito também que cada varejista vai precisar focar mais no seu negócio, naquilo que é especialista. É esquisito ver um varejista de moda também vendendo celular. O consumidor, por exemplo, não vai encontrar em nossas lojas uma coca-cola ou uma sandália havaiana”, revela.

Com um consumidor cada vez mais multicanal, as companhias buscam trazer facilidades na integração de seus canais e uma experiência mais assertiva seja no digital ou nas lojas físicas. “O varejo na América Latina vem se transformando muito nos últimos 15 anos. Acreditamos que o sucesso está na combinação da loja física com o digital, pois o cliente não elege o seu canal de vendas e, sim, o produto e a marca que deseja. Depois ele vai escolher o canal para a compra. Para o futuro enxergamos que as lojas físicas precisam ser mais eficientes e a experiência do consumidor melhorada. Queremos que as nossas lojas sejam um centro de experiência para os nossos consumidores, que seja o lugar onde eles possam aprender a tirar a melhor performance dos nossos produtos. Essa é a missão da marca em conjunto com o varejo”, diz Mario Laffitte, vice-presidente da Samsung na América Latina.   

Já para Frederico Trajano, presidente do Magazine Luiza, o mercado está no meio de uma revolução digital. “Mais de 68% da população já está conectada. O celular tem sido um grande instrumento de inclusão digital. Acreditamos que o e-commerce vai crescer ainda mais, porém, ele precisa da loja física, pois sozinho ele não vai crescer. Não acredito em nenhuma operação de varejo no mundo que não trabalhe com este processo de multicanalidade. No Magazine Luiza nunca separamos o e-commerce da empresa convencional. A minha missão é transformar com tecnologia o varejo tradicional e, para isso, temos inserido um processo de automatização de vendas em nossas lojas”, completa.

Questionado sobre as ameaças e o nível de competitividade que o digital traz para as lojas físicas, Trajano afirma que os preços precisam ser bons para o cliente e para a loja. “No mundo inteiro os preços online são mais atraentes do que nas lojas físicas. Acredito que em cinco anos vamos ter os mesmo preços praticado da internet nas lojas”, finaliza.