Não me canso de dizer que vivemos a maior transformação da história da humanidade, me referindo por várias vezes à frase de Chris Andersen: ”Não vivemos numa era de mudanças… Vivemos uma mudança de era” – para reforçar a ideia de que, com a chegada do primeiro smartphone, em 2007, se iniciou uma transformação sem precedentes. Pessoas mais conectadas mudaram a forma como os negócios acontecem, como as relações acontecem e como o conhecimento é gerado. O acesso que a Internet nos possibilita por meio dos smartphones nos deu um poder que, até essa altura, só estava na mão das empresas.

A transformação operada pela vinda da internet conectada de forma mobile criando infindáveis mudanças nesta última década não chegava. Não. O mundo tinha entrado em uma nova era, onde as verdades absolutas e outrora estavam jogadas no lixo. Um novo mundo emergiu. O mundo da conexão. De tal forma a mudança se propagou que, em 2016, o WEF (World Economic Forum) mapeava e definia esta mudança em curso como a 4a Revolução Industrial. Baseada no uso de sistemas físicos cibernéticos (cyber physical systems – CPS), indústria conectada, fábricas inteligentes (smart factories) que não são mais do que a influência e o poder que a tecnologia e a conectividade têm em nossas vidas.

Quando falamos de influência em nossas vidas, falamos de impacto nas empresas e nos negócios. Vivemos em um mundo VICA (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo) onde todos precisam se alinhar para um propósito comum e caminhar juntos para tomar as decisões necessárias para encarar a transformação futura, aproveitando as inúmeras oportunidades que esta nos traz.

O problema é que a maioria das empresas ainda está sob a égide da 2a Revolução Industrial (baseada na produção em massa que se alcança graças ao conceito de divisão de tarefas e ao uso da energia elétrica), com algumas influências da 3a (baseada na utilização de eletrônica e informática (TI) para promover a produção automatizada) e pouco ou nada atentos a esta nova realidade que a 4a está nos apresentando. E isso tem influência na forma como a empresa toma decisões, como atua no seu dia-a-dia e principalmente na perenidade e resultados futuros. Muitos ainda acham que estão vivendo um mundo antigo, linear, previsível, estável. Alguns atribuem resultados menos qualitativos a condicionantes econômicas, de mercado ou políticas. E poucos estão verdadeiramente de olhos abertos ao que se está se passando.

Quem ainda não entendeu este momento de virada que o mundo vive está há dois passos da UTI, porque já vai deixar de conseguir respirar autonomamente. Um cliente me dizia há uns dias: estamos no SAMU a caminho da urgência e ainda não entendemos o que nos aconteceu.

Velocidade aqui é tudo. Falar não chega. Use a oportunidade que Dezembro dá de fechar as portas do ano velho e entre em 2018 focado em preparar a sua empresa para a mudança e para liderar a transformação.

Luís Rasquilha é CEO Inova Consulting e Inova Business School