Pode-se dizer que a “tônica” da reunião nacional da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap) realizada na sexta-feira (1) no Rio de Janeiro foi “abertura de diálogo”. Em vários sentidos, seja na retomada de diálogo com a Associação Brasileira de Anunciantes (ABA), job que Mario D’Andrea vem tocando pessoalmente, seja no mergulho mais aprofundado em assuntos ora polêmicos ou de extrema complexidade.
Na abertura da reunião interna, D’Andrea fez um rápido balanço da sua gestão e destacou, por exemplo, a retomada das discussões em torno do Anexo D – para regulamentar as relações comerciais de mídia no ambiente digital – e também do Anexo B, que diz respeito ao sistema progressivo de serviços/benefícios da propaganda.
“O Anexo D está adiantado e retomamos as discussões sobre o Anexo B, que estavam congeladas há mais de um ano.”, disse D’Andrea.
Segundo ele, é preciso reconhecer que as agências de propaganda não são só intermediárias de compra de mídia.
“A relação das marcas com os consumidores não se restringe apenas à mídia.”, disse o executivo, lembrando que as regras se fazem necessárias porque com base nelas o mercado de publicidade se fortaleceu e se tornou o que é.
“Vamos estudar todos os ângulos desse negócio. A grande diferença hoje e que quem está sentado na mesa começando essa discussão são profissionais de marketing e não advogados ou compradores. Vamos falar a mesma língua.”, diz.
D’Andrea também destacou a retomada de diálogo com a imprensa geral.
“A Abap reassumiu uma posição de protagonismo. A Abap e a agências de propaganda de hoje têm grandes líderes com as mãos na massa, que falam uma nova linguagem: falam de negócio. Nossa função não é fazer anúncios e sim gerar riquezas. Precisamos primeiro mudar como nos enxergamos no espelho, para mudar a forma com que somos vistos. Nossa principal bandeira tem que ser: estamos aqui para fazer negócios. “, disse.
Sim, agências e anunciantes possuem divergências entre si. “Sim, temos que discutir nossas diferenças. Mas temos muito mais pontos em comum, que precisamos discutir abertamente. Marketing é uma das poucas ferramentas que as empresas têm para crescer.”, conclui.
Entre os palestrantes convidados para o encontro estiveram Ken Fujioka e Ana Paula Cortat, do Grupo de Planejamento, que apresentaram – de maneira dramatizada – a pesquisa sobre Assédio Moral e Sexual na Publicidade; o advogado Rony Vainzof, da Opice Blum, sobre Disrupção, Tecnologia, Comunicação e Direito; e João Luiz de Figueiredo, Coordenador do Mestrado Profissional em Gestão de Economia Criativa da ESPM. O almoço de encerramento foi oferecido pela Globo, e contou com a presença de Renato Pereira, seu diretor de relações com o mercado.
Confira algumas imagens do evento: