A Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap) promoveu na manhã desta segunda-feira (6), um webinar para debater o impacto financeiro nas agências de publicidade diante da Covid-19. Participaram Antônio Dudli, CFO do Grupo DAN; Antônio Lino Pinto, ex-sócio e CFO da Talent e  Daniel Queiroz, sócio da Ampla e presidente da Fenapro.

Com mediação de Alexandre Gibotti, diretor executivo da Abap, o trio falou sobre perspectivas e novas possibilidades que surgem diante deste novo cenário. Apesar de ser um momento crítico, segundo os especialistas, é hora das agências reavaliarem suas gestões e serem claras com seus funcionários.

“Esqueça o lucro em 2020”, disse Lino. O empresário atentou ainda que essa crise é muito distinta das que o mercado já enfrentou e que, por isso, é preciso pensar no agora.

“Não adianta pensar no futuro. É preciso focar nos fatos, temos de ser otimistas, mas temos de ter calma”, apontou. Lino afirmou ainda que achou precipitada a atitude de algumas agências de demitirem seus funcionários. “Precisamos ter cuidado na hora de tomarmos decisões. É preciso termos responsabilidade social, abandonar funcionários que formam a empresa têm consequências.”

Segundo Dudli, o grupo DAN conseguiu evitar cortes até o momento e a operação na Ásia vem sendo avaliada para retomar sua rotina. Para ele, fundamental neste momento é revisitar orçamentos e planos diariamente. “É preciso manter o time e olhar coisas que não eram tão necessárias. Este cenário está trazendo novos paradigmas”, apontou.

Ainda de acordo com Dudli, o grupo está buscando preservar a “saúde e os empregos. Sairemos mais fortes”, disse.

Para Daniel Queiroz, este não será um ano de resultados para empresas pequenas e médias. O presidente da Fenapro lembrou ainda, que o setor já sentia o impacto financeiro desde 2014 e que sabia que 2020 não seria um ano de grandes ganhos, no entanto, lembrou que uma crise como a da Covid não chega sozinha.  

“Agora é preciso ter calma e paciência para tomar as decisões, que têm de ser tomadas a curtíssimo prazo. Estamos fazendo planos para 30 dias e em 30 dias, temos de rever.”

Agora, segundo, Queiroz não é sobre busca de resultados, mas sobre diminuir prejuízos. O criativo admitiu que teve de fazer cortes pontuais e que houve redução de salários.

Para os três, negociação é a palavra de ordem no momento. E para o pós-crise, será fundamental que as agências avaliem velhos comportamentos e compreendam as possibilidades que a crise está trazendo, como a diminuição de viagens, a flexibilização de horários, o home office e que juntas possam pensar em novos modelos.