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Os transtornos relacionados à ansiedade são cada vez mais evidentes. O estresse provocado por situações cotidianas atinge pessoas de todas as faixas etárias, sem distinção de classe social. É considerado o mal do século. Uma pesquisa feita pela MindMiners, com base na Escala Beck e amostra de 550 indivíduos, constatou que 60% se reconhece com algum tipo de ansiedade. E para 80% “a sociedade atual apresenta um alto grau de ansiedade”.

Uma síntese da pesquisa fala que “os sintomas mais citados foram: nervosismo, insônia, suor, medo e dores. Além disso, os resultados mostram que os mais jovens costumam se sentir ansiosos antes de dormir, enquanto os mais velhos apresentam mais sintomas no período da manhã”.

O consultor de marketing Rodrigo Patah fez um recorte para o problema na publicidade. “Como gestores de marcas, devemos pensar na nossa responsabilidade frente à sociedade. Podemos explorar essa fragilidade, seja estimulando um consumo desenfreado ou levando nossos colaboradores ao burnout, ou trazer uma visão mais construtiva sobre o assunto, buscando conscientizar e dar suporte às pessoas. Além disso, como vimos, as marcas são consideradas por parte dos consumidores como vilãs nesse assunto. Adotar uma abordagem mais consciente e compreensiva é ótima oportunidade para uma aproximação genuína com os consumidores”, ele explicou.

Responsável pela análise, por meio do painel digital MeSeems, Patah reforça que o efeito Fomo (Fear of Missing Out) “sinaliza o medo de ficar por fora do que está acontecendo.” Segundo ele, “é um dos principais fatores que estimulam as pessoas a permanecerem hiperconectadas. Metade dos respondentes, por exemplo, diz sentir ansiedade quando recebe uma notificação”.

Patah prossegue: “Há uma visão por parte do consumidor de que as marcas estimulam a ansiedade na sociedade, através do incentivo ao consumo, do bombardeio de anúncios e do estabelecimento de padrões sociais por meio da publicidade, como padrões de beleza. O consumo é muitas vezes uma fuga para pessoas ansiosas. Uma parcela considerável concorda que, quando compra algum produto, a ansiedade diminui momentaneamente, e mais da metade dos respondentes afirma que come mais quando está se sentindo ansioso.”

Apesar do volume elevado, a ansiedade ainda é um tabu. “Em muitas ocasiões falta compreensão e coragem da sociedade para enfrentar o problema, ao mesmo tempo em que a banalização do termo, cada vez mais presente na mídia, pode provocar distorções e naturalizar o problema”, finaliza Patah.