A Benetton, fabricante italiana de roupas, repensou a posição anteriormente adotada em relação ao incêndio de uma fábrica de costura em Daca, capital de Bangladesh, que causou a morte de 1.134 pessoas em 2013. Sob a ameaça de um escândalo publicitário organizado pelo movimento internacional Avaaz, que acusava a empresa de ser a única envolvida no acidente fora do chamado Acordo Rana Plaza, intermediado pela ONU, a multinacional da moda anunciou que contribuirá para o fundo de compensação financeira e seguirá as determinações impostas para o pagamento das indenizações.
Em comunicado, a companhia afirma que a contribuição dentro do acordo é o segundo passo da atuação no caso. A nota diz que a Benetton já havia oferecido apoio e ajuda financeira a 280 vítimas e familiares imediatamente após o acidente – auxílio que a Avaaz e outras organizações internacionais consideravam como insuficiente diante da gravidade da tragédia.
“O segundo passo será uma maior contribuição em apoio às vítimas, desta vez por meio do Acordo Rana Plaza”, declara a Benetton.
Na página da petição, que mostra a assinatura de mais de 1 milhão de voluntários e a promessa de boicotar a marca italiana durante a Semana de Moda de Milão caso a empresa não mudasse a postura, a Avaaz comemora o reposicionamento da Benetton: “Vitória! A Benetton mudou de posição e irá contribuir com o programa de indenizações. Esta é uma grande notícia para o poder popular e às vítimas do desastre que agora estão mais próximas de receber o que lhes é de direito”.
A multinacional assumiu compromisso de contribuir ao fundo antes do segundo aniversário do desastre no dia 24 de abril. Outras grandes marcas envolvidas, como a H&M, também assumiram a responsabilidade no evento após sofrerem pressões internacionais.