O marketing, como sabemos, é um campo de conhecimento dinâmico, cujas diretrizes podem se transformar de acordo com os novos perfis de consumidores presentes no mercado, mentalidade inovadora de gestores, além da própria influência da tecnologia no exercício da profissão.
Certamente, alguns princípios básicos continuam a guiar a atividade de produção de campanhas e de estratégias para atrair a atenção do consumidor (planejamento, análise do budget e do impacto financeiro de ações, estudo aprofundado de público-alvo, etc.), entretanto, abrir mão da análise e antecipação de tendências não é uma atitude sensata, uma vez que desejamos manter nossas agências prontas para lidar com os desafios que o futuro nos reserva.
Neste sentido, separei alguns dos tópicos que vem sendo discutidos por especialistas e que podem inspirar os rumos do marketing em 2018.
Conteúdo pensado para pesquisas por voz
A primeira rota interessante para o marketing nos próximos anos se refere a criação de conteúdo adaptado para um melhor posicionamento das marcas em pesquisas baseadas por voz. Segundo levantamento da ComScore, cerca de 50% das pesquisas em mecanismos de busca serão realizadas via voz até o ano de 2020. Só em 2016, este número já bateu a casa de 20% de todas as buscas realizadas no ambiente online.
Sendo assim, do mesmo modo que enfrentamos o desafio de migração para o mundo digital e, posteriormente, para o universo mobile, é hora de fortalecermos nossas estratégias de optimização e SEO para as buscas via voz.
O crescimento do Instagram e do LinkedIn
Outro ambiente bastante dinâmico é o das redes sociais. E, tendo em vista que, hoje em dia, é impossível pensar em marketing sem planejar estratégias para as redes, é fundamental acompanharmos as inovações e movimentos internos deste cenário.
Dentro deste contexto, duas redes prometem aumentar sua relevância para 2018: Instagram e o LinkedIn. Só neste ano, o Instagram anunciou que, aproximadamente, 800 milhões de pessoas conectam-se a rede mensalmente. Além disso, a funcionalidade Instagram Stories (a ferramenta permite aos usuários compartilhar conteúdos que, após 24 horas, serão excluídos da rede) já superou em popularidade o Snapchat, mídia semelhante ao novo recurso do Instagram.
Por sua vez, de acordo com reportagem do Digital Marketing Institute, o universo de empresas B2C costuma avaliar o Instagram como uma ferramenta mais eficiente do que qualquer outra rede para campanhas de marketing, fator que tende a potencializar a forma do Instagram para 2018.
Em relação ao LinkedIn, a série de mudanças implementadas no Layout e nas plataformas de ad foram vistas com bons olhos, sobretudo para o mercado B2B, e tendem a reforçar o posicionamento especializado da maior rede social profissional do mundo para 2018.
A influência da Inteligência Artificial
A discussão sobre a presença da inteligência artificial e machine learning no marketing continua. Até que ponto as rotinas de profissionais da área serão alteradas? De que forma estas tecnologias podem beneficiar o marketing? Se levarmos em conta um estudo recente da Adobe, a resposta para ambas as perguntas é: de modo significativo.
Segundo a companhia, a partir dos próximos anos, máquinas irão participar de modo mais ativo e contribuir no processo decisório de campanhas, poderão controlar o start e o fim de ações multicanal, além de guiarem ‘live chats’ com consumidores.
Por parte de nós, profissionais, é certo que atuaremos de modo mais incisivo com a análise de dados para um engajamento mais assertivo de audiências e teremos uma concentração, cada vez mais focada, no aspecto criativo e na geração de insights para o futuro das marcas com as quais trabalhamos.
A busca pela transparência, autenticidade das marcas e o fortalecimento do Marketing de Influenciadores
No contexto do Marketing 4.0 baseado na imersão no ambiente digital, conteúdo de qualidade e compreensão do poder do consumidor moderno, a busca pela autenticidade deverá ser uma diretriz se quisermos nos comunicar com os clientes de nossas marcas.
Neste sentido, não adianta conduzir determinadas ações só porque estão na moda ou ‘atirar’ campanhas para todos os públicos. É preciso originalidade e, sobretudo, transparência na relação com o consumidor. Do contrário, marcas podem perder espaço no ambiente digital e até sofrerem com reações negativas difíceis de serem revertidas.
Dentro deste cenário, a figura do influenciador e dos advogados de marca só tende a se fortalecer. Não à toa, uma pesquisa da agência Linqia, indicou que mais de 90% dos profissionais de marketing acreditam na efetividade de campanhas com influenciadores.
O investimento em eventos
Finalmente, gostaria de concluir com um trend que considero bastante relevante: o investimento de grandes marcas em eventos. Por acumular uma experiência significativa na área, percebo que a equação da busca dos consumidores por experiências impactantes + o anseio de empresas em ter seus nomes ligados a eventos de sucesso, nos leva para um caminho de crescimento de todo este segmento do marketing.
Sobre este tema, dois levantamentos da Bizzabo de 2017 são especialmente interessantes: segundo a agência americana, mais de 60% dos empresários pretende investir mais em eventos nos próximos anos (aumentando tanto o direcionamento de budgets, quanto o número de eventos). Além disso, mais de 80% dos que responderam a pesquisa, informaram que acreditam que os eventos são cruciais para o sucesso de seus negócios.
Conclusão
Estas são apenas algumas das tendências que poderão se fortalecer em 2018 e no decurso dos próximos anos. Acredito que o fundamental é que fiquemos atentos, buscando, se possível, antecipar o que o futuro nos reserva. Afinal de contas, atuamos em uma área em que o único fator permanente é a mudança.
João Paulo Haddad Marques é diretor de negócios da Elemental.5